Uma suspeita real

22 Julho , 2015

Tenho a certeza que vacilei…não paro de pensar nisso e sim, vacilei.
Hoje na praia já mesmo no final do dia, quando elas tomavam o último banho na piscina pequena que o mar formou, ideal para as crianças estarem a brincar. Eu estava mesmo ali ao pé sentada na toalha quando reparei num homem a tirar fotografias. Na altura não sei bem porquê, porque pessoas na praia a tirar fotografias com máquinas ou telemóveis não faltam, reparei nele e achei qualquer coisa esquisita. Reparei mas pensei que estava ali a ver a mulher ou os filhos que também brincavam na água. Chamou-me apenas a atenção que ele se movimentava muito e sempre na direção onde as Cs. brincavam, que nessa altura andavam de um lado para o outro para aproveitar a piscina e o último banho. Já estava a olhar para ele quando a Carlota sai da água e vem ter comigo a perguntar porque estava aquele senhor a tirar-lhes fotografias. Eu tentei não ligar e disse que ele estava a tirar, mas era à família dele. Foi quando ela me diz:
– Não é não mãe, a família dele está ali no chapéu (mesmo pertinho de nós) a dormir, olha!
Quando olhei e vi que tinha razão chamei a Conchinha e vi que ele já estava também a virar costas e a subir. Trocámos olhares e logo ali suspeitei ainda mais (já devem estar a achar-me exagerada, mas sexto sentido de mãe não se engana e eu não devia ter vacilado pensando nestes passos todos). Fiquei a ver para onde ia e o que fez à máquina (tenho quase a certeza que era um telemóvel e que guardou numa capa azul turquesa na mochila).
Pensei 2 minutos no que fazer e apesar de ter um blog e as expor, naquele momento tremi e não gostei do que senti e do que me passou pela cabeça (tenho a certeza que muitas não vão entender e ainda vão fazer comentários maldosos).
Embrulhei-as nas toalhas e fui até aos nadadores salvadores da praia contar o que se passou. Eles perguntaram se achava que tinha a certeza e mesmo não tendo 100% (acho que nunca se pode dizer que se tem nestas situações) podia chamar a policia marítima para eles pedirem a máquina e ver as fotografias que lá estavam. Depois avançava ou não para uma queixa.
Disse que sim, eu não tremia se não fosse alguma coisa suspeita, não foram minhocas da minha cabeça, não podia deixar um episódio destes passar assim como se não tivesse sido nada.
Enquanto esperávamos ali sem que o suspeito nada percebesse, uma senhora, que viu veio ter comigo e com os nadadores salvadores, que já não saíram do pé de mim enquanto esperávamos a chegada da policia, para se oferecer como testemunha porque também ela viu o senhor suspeito ali a tirar-lhes fotografias. Nunca esperei nos dias de hoje que alguém tomasse esta atitude, mas ainda tomam e isso só mostra que ainda existem boas pessoas, com princípios e que pensam nos outros também. Ela própria disse se fosse comigo gostava que fizessem igual e eu sei o que vi.

A policia chegou e tudo foi muito rápido, o senhor colaborou, mas tudo o que mostrou nada tinha a ver com que tenho na minha cabeça que vi. A máquina que mostrou estava numa bolsa cor de rosa (eu tenho a certeza que o vi guarda um telemóvel numa bolsa azul) e o único telemóvel que mostrou foi o da mulher cheio de bonecos.
Na máquina, as fotografias que tinha eram da paisagem e sim também tinham crianças a brincar (não sei se as minhas lá estavam porque não me deixaram ver) mas como nenhuma era ao pé, não serviam como prova de nada.
Acabei por ter de pedir desculpas, acabei por me vir embora, e acabei por achar-me uma tonta. Tonta não por ter denunciado alguém que achei muito suspeito, tonta por ter vacilado e não ter insistido para verem mesmo tudo, tonta por não acreditar no que vi.
Estranho um casal e só um telemóvel!!!!! Nos dias de hoje cada um tem o seu, certo?O que fazem os nervos…eu devia ter acreditado em mim e na altura não devia ter ficado atrapalhada de não ver o que sei que vi. Devia ter visto que ele não abriu sequer a bolsa da mochila, que apenas despejou a cesta da mulher, que abriu a lancheira e tirou tudo e nada da mochila. BURRA.
Fica o alerta e estejam atentos, não é um post para assustar nem para vos pôr paranóicos, mas não deixem de agir e agir até ao fim, não pela metade como eu estou com a sensação agora.

Hoje com a sensação que não soube proteger as minhas filhas

Mesmo tendo um blog com fotografias acessíveis a quem quiser, ninguém tem o direito de fazer o que fez e isso ser-me indiferente. Sou mãe.