Não foi por mal, mas…

12 Junho , 2015

Mas é por isso que estamos cá, atentos para ensinar e tentar mostrar aos nossos filhos o que é certo e errado, o que está bem e o que está mal. Cada vez mais temos de ser pais conscientes desta sociedade tão consumista tão cheia de armadilhas, temos de ter as antenas ligadas e temos de ter TEMPO para eles porque os perigos e as tentações estão cada vez mais à mão de semear e são tantos, mas tantos que confesso não me lembrar deste número tão elevado no meu tempo de criança e até mesmo adolescente.
Depois dos cromos, a C. grande anda fascinada com uns bonecos pequenos que nem sei bem o que fazem (mas já aqueles cromos horrorosos dos Invizimals demorei a perceber). Ontem alguém deixou uns tantos no pátio do colégio e ela resolveu que se estavam ali sem ninguém podia ficar com eles. Hoje de manhã quando me mostrou, achei que eram muito mais do que tinha visto há uns dias cá em casa e por isso perguntei como tinha tantos. Dois tinham sido dados pelos amigos da sala, os outros estavam no jardim e resolveu trazer. Até podem achar que não tem assim tanta importância, afinal são uns mini bonecos sem nada de especial, mas o facto de não ter ido entregar a quem estava a tomar conta no jardim, uma coisa que não era dela, deixou-me triste e ao mesmo tempo zangada. Perguntei se gostava de perder uma coisa que gostasse muito. Perguntei se não ficava triste ao saber que tinha perdido essa coisa e outro menino a tivesse levado para casa.
Ela chorou e disse que não. Apesar de no inicio ainda ter tentado arranjar desculpas para ficar com eles (aqui está a importância e o nosso papel de pais é fundamental) lá percebeu o mal que fez. Temos de conseguir explicar e passar os valores do certo e do errado. Não se tratou de ter roubado, mas ficar com uma coisa que não é nossa é feio e não posso permitir que o faça.
Hoje, quando chegou ao colégio teve de ir entregá-los. Morreu de vergonha e ainda chorou, fiquei à porta a ver e sei o que lhe custou. Custou a ela e custou-me a mim vê-la depois num canto sentada triste do que tinha feito, mas não tenho a menor dúvida que da próxima vez vai pensar duas vezes e vai entregar a um crescido o que não é dela.

Hoje foi uma coisa sem grande importância, mas no futuro pode ser algo mais grave e com outras consequencias, espero continuar alerta e atenta e espero poder ter grandes conversas com elas sobre o que devem e podem fazer. Espero que confiem em mim para desabafos, espero que percebam que têm na mãe uma pessoa que estará sempre pronta a ajudar e a quem podem vir pedir conselhos. Espero ser “sábia” o suficiente para o fazer.

os causadores da C. grande ter ficado tão contente por ter muitos

Desejosa que chegue a hora de a ir buscar e vou enchê-la de beijinhos e muitos mimos, porque o que fez hoje ja foi um inicio da sua boa formação.