Serra Nevada 2014…

18 Fevereiro , 2014

Voltar à neve era dos meus maiores desejos, das coisas que mais vontade tinha de voltar a fazer.  Poder fazer este regresso, com o H. e com a C. grande, foi ainda mais espectacular, tão mas tão bom, que nem os dias a nevar, o nevoeiro que não deixava ver muito, ou um sol com tanto vento que conseguiu fechar mais de metade das pistas, me fizeram dizer, que estes não foram uns dias maravilhosos de férias na neve. A juntar ao trio maravilha a tia S. foi uma óptima professora e uma companhia muito querida, nestes cinco dias, em Serra Nevada.

Obrigada H. um presente que não vou esquecer.

Chegámos e fomos recebidos com um enorme nevão, árvores e telhados brancos, carros e estradas cobertas de neve. Só já pensávamos no dia seguinte, nas pistas e nas descidas que íamos fazer, na neve espectacular que íamos apanhar. Adorámos o “ohhhhhh que giro” da C. grande, que estava maravilhada com tanta neve que caía lá fora. Mal calçou as botas e experimentou os skis nos pés, a alegria e a euforia dela foi tão grande, que só terminou quando chegou no dia seguinte, ao cimo da montanha e viu que afinal não era assim tão fácil, que a montanha vista de cima, impõe um grande respeito e mete um certo medo, a meninas que ainda são pequeninas. Porque crianças de 4 anos não aguentam o que nós grandes aguentamos ( e mesmo nós, já não somos o que éramos, foi a grande e má conclusão que cheguei logo no primeiro dia), deixá-las de manhã no Dream Land foi uma óptima solução. Ali têm professores que dão as primeiras dicas na neve (podem ser poucas, mas já vale a pena), e se não fosse o dia cinzento e cheio de nevoeiro, tinham passado muito mais tempo a brincar e a fazer os bonecos de neve, que tanto gostam de fazer. O Dream Land é um recinto  fechado , com imensos brinquedos e pessoas amorosas que tomam conta delas e lhes dão imenso mimo e atenção. Ali brincam e deixam os pais  divertirem-se, a descer pistas que mais tarde, quando os vão buscar, não poderiam fazer. Tem uma parte ao ar livre e outra fechada, que é o ideal nos dias de mau tempo, fica a dica.
Enquanto a C. grande fazia as primeiras cunhas e as primeiras descidas a medo, eu voltava a calçar umas botas pesadíssimas (minha queridas botas de snowboard, tão leves e fáceis de calçar) e voltava a tentar descer as pistas, de ski. Percebi finalmente, o que me diziam amigas, que voltar à neve depois de ser mãe, é muito diferente e nunca mais voltamos a arriscar o que arriscávamos, há anos atrás. Eu nunca fui das mais aventureiras, das que descia as pistas em frente, sempre a abrir, mas se dantes era mariquinhas, agora virei a rainha da mariquice. Travar foi o que mais fiz, nos 4 dias de ski.  Foram imensas as vezes que pensei, nas Cs., e nos “ses” que me podiam acontecer. Quantas foram as vezes que me lembrei do meu querido coleguinha N. que antes de sair disse, que este ano todos os amigos que foram à neve tinham voltado com alguma coisa partida. Obrigada N. essas palavras estiveram sempre presentes na minha cabeça, em cada descida mais inclinada, em cada momento que ganhava alguma velocidade.
Os dias foram passados nas pistas, a tentar ensinar a C. grande que apesar de uma grande aventureira não desceu uma única pista sozinha, como imaginávamos que ia fazer. Tinha medo, e disse-o várias vezes para que não restassem dúvidas, para que não exigíssemos mais, do que podia dar. Valeram os truques do elástico a prender os skis, de forma a que fizesse sempre a cunha e das fitas que o H. levou para a prender, e assim, ir sempre agarrada e segura que não iria cair. Dessa maneira, nas minhas pernas, ou nas da tia, foram feitas as descidas do Rio, desde o primeiro dia. Não chorou nem refilou, nem disse que não descia, só não gostava de voltar a subir, só não gostava que a deixássemos fazer sozinha (grande erro nosso que só no terceiro dia, teve a primeira aula com o professor. Culpa do tempo que esperávamos estar melhor e do sol que teimava em não aparecer).
As noites e finais de tarde, foram de muitos jogos, alguns passeios, mas principalmente de grandes horas de sono, porque às dez da noite todos estávamos para lá de Bagdad. 
Foi uma experiência espectacular, divertida e muito emocionante. Eu adoro neve, adoro as férias na neve, foi aliás, numa das viagens que fiz à neve que conheci o H. e são as férias na neve, que gostava de continuar a fazer com ele e com as três Cs. todos os anos, durante muito tempo.
Dicas e sugestões, para a primeira ida à neve com as crianças:
  • Idade, 4 anos, antes disso pode correr muito mal.
  • Combinar com amigos que tenham filhos com mais ou menos o mesmo nível de iniciação,  (crianças até aos 6 anos não aguentam os cursinhos de 3 horas diárias, que são óptimos e aconselho a partir dessa idade), para juntos, terem aulas particulares, que acho obrigatório. As aulas são caras, mas são fundamentais, logo se forem 3 ou 4 crianças, dá para terem mais aulas e não gastar uma fortuna. Além disso, umas puxam pelas outras e os resultados são muito mais favoráveis.
  • Ter aulas, logo no primeiro dia. 
  • Levar uma ou duas doses extra de paciência. Pais que pensam que voltar à neve com filhos, é igual a ir como noutros tempos, onde a farra e o cansaço eram grandes amigos, é meio caminho andado para grandes ataques de irritação e mau humor. Parar várias vezes nas pistas a descansar, fazer pausas maiores no café, acabar o dia mais cedo,  são as grandes diferenças quando se levam crianças pequenas.
  • Marcar um hotel preparado e cheio de extras para elas, confortável e acolhedor para nós, porque chegar ao fim do dia e ainda ter de cozinhar, nem pensar. Adorei o Ziryab, nunca lá tinha ficado, mas dou nota 10, pela qualidade e preço que tem.
  • Creme e baton protector (levei o da Uriage, que também uso na praia e adoro)
  • Capacete, essencial quer para eles, quer para nós. 
  • Brinquedos, filmes e livros
  • Março é para mim o mês ideal para ir, dias mais amenos, menos risco de temporal, sol e neve fofa (mesmo que esteja gelada de manhã, ir um pouco mais tarde compensa de longe, o resto do dia).
  • Não criar grandes expectativas. Nem sempre eles conseguem aquilo que imaginamos e pensamos que eles vão fazer, mas continuam a ser os maiores e os nossos campeões.
Obrigada Sporski, continuam a ser os melhores na organização, acompanhamento e aconselhamento das férias na neve.
Imagens que valem mais que mil palavras…
Ficou a vontade de voltar, ainda este ano. Quem sabe, um fim de semana grande e aproveitar que Serra Nevada fica aqui tão perto!
ps – …não podia deixar de referir que me senti quase uma super mulher. Graças aos treinos que tive no Estudio e às corridas que tenho feitos nas últimas semanas, estive em grande forma física, sem uma única dor muscular. Fantástico, não acham?
Cacomae
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