Pára, escuta e aceita

12 Fevereiro , 2020

Nem sempre é fácil, ou na verdade até é e nós é que tornamos complicada a tarefa de parar, escutar e aceitar o que a nossa cabeça, corpo e estado de espírito nos dizem.

Finalmente percebi que não fui feita para lidar com tempos em corrida. Fico estupidamente ansiosa, sem necessidade. Há já algumas maratonas que sonho em baixar tempos e treino para o conseguir. Treinar eu treino, mas não o suficiente para conseguir baixar tempos. Treino porque gosto de treinar, treino porque faz bem à minha cabeça e treino para ter um corpo mais magro e mais bonito. Agora dizer que treino para tempos, é mentira e é tentar enganar-me a mim e a quem me lê. Para treinar tempos há que ter um espírito de sacríficio que eu não tenho. Há que fazer planos e cumpri-los e há que fazer muitos mais treinos específicos que eu não faço. Com esta idade e com a vida que gosto de levar, não vou treinar dessa forma nunca.

Acabou a paranóia dos tempos!!! Obrigada João, foste tu que, finalmente, me fez abrir os olhos. Todas as corridas que fiz, desde que meti na cabeça que ia baixar tempos, foram uma vergonha!!! Maratona de Paris, Madrid, a meia de Cascais, todas correram muito mal. Fazendo uma análise, todas devido ao bloqueio na minha cabeça. Não lido bem com essa pressão e ao contrário de muitas pessoas, cada vez que o tornei público em vez de me dar força para conseguir, o efeito foi o contrário.

Para quem tem 45 anos até acho que faço bastante. Para quê querer mais (ou ter de mostrar mais)?! Esta semana uma “querida” seguidora escreveu num dos últimos posts que fiz, “É a blogger que corre corre e não sai do sítio”. Há pessoas com uma necessidade de atacar tão grande e tão feia que não consigo entender. Não tenho de provar nada nem a ela, nem a ninguém , mas fiquei furiosa sim. Fiquei Irritada, magoada e triste. Não devia, nem preciso, também sei, mas nem sempre somos fortes ou inatingíveis e este atingiu em cheio. Com bons ou maus tempos, em 3 anos fiz 7 maratonas e só isso já é muito. A partir de hoje  aceito o que posso e consigo fazer, aceito em dar o meu melhor, mas nunca mais penso em tempos.

Vou fazer como o meu amigo Zé. Vou dar o que consigo e vou divertir-me em cada corrida. Eu gosto é de correr na conversa com amigos, a rir e a fazer palhaçadas. Foi assim que fiz as primeiras Maratonas e adorei.

Venham lá mais maratonas, que estou com vontade outra vez. Tempos, ficam para os melhores, para os que  se esforçam verdadeiramente e merecem.

Quero este sorriso de volta nas Maratonas…

 

Qual será a próxima, alguém tenta certar?

 

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