Loving you is easy…

17 Setembro , 2013

Ontem pela primeira vez, desde que a C. grande anda no colégio, fiquei com o coração apertado, apertadinho e cheia de vontade de chorar agarrada a ela, que nunca tinha visto tão triste. Nem quando fica sem ver o filme que mais quer, nem quando vai para o quarto de castigo e não pode ver os bonecos na televisão, nem quando digo que não pode comer um gelado, nunca a tinha visto como ontem.
Se ela me tivesse contado no colégio que duas meninas (ela diz que são grandes, mas nesta idade tudo é relativo e ficamos muitas vezes cheias de dúvidas, mas sim neste caso deviam ser grandes porque meninas de 4 anos não fazem destas coisas) lhe tinham dado um pontapé no pescoço, lhe tiraram o laço da cabeça e começado a gozar, acho que no primeiro segundo as agarrava e lhes dava um belo sermão, por isso ainda bem que não me disse porque nestes casos tem de ser quem tem competência para o fazer que o deve e não eu, uma mãe que adora a sua filha e ficou para morrer, ao pensar que alguém não gosta dela e que quis fazer mal. Podem ter a certeza que disse sermão, mas pensei uns valentes estalos.

Depois do desabafo, que pode parecer muito mais grave do que realmente se pode ter passado, eu sei, são crianças e em princípio nada disto teve assim tanta importância, fiquei muito mais aliviada.
Muitas vezes, escrever no blog, acaba por ser uma espécie de terapia, em vez de me por a gritar como uma leoa em defesa das suas crias, escrevo e deixo de ter o nó que tinha na garganta e me estava quase a sufocar. Experimentem, vão ver que resulta.

A noite foi agitada, depois de quase ter adormecido ao lado dela, que não queria nem por nada estar sózinha e chorava sem parar (o estranho é que esteve a aguentar-se e só se desmanchou a meio de jantar), hoje lá foi para o colégio cheia de confiança e muito bem disposta. Ufa, que bom porque fiquei a achar que esta manhã íamos ter cena das grandes, daquelas de não querer ir mais para o colégio.

Se me perguntarem o que aconselhei, já sabem muitas não vão gostar, principalmente as professoras e as mais calmas e que acham que a falar tudo se resolve. Eu disse-lhe se te voltarem a fazer alguma coisa, dás um enorme pontapé (amorosa ainda me perguntou onde) nas pernas e foges a correr, muito rápido para o pé de alguém crescido e que esteja a tomar conta.
Está bem mãe vou tentar, foi a resposta de uma miúda amorosa, que me deixou com o coração despedaçado por a ver a sofrer.

Ontem percebi um bocadinho, o horror que deve ser para um pai saber que o seu filho sofre de bullying.

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