Ainda as noites e os filhos

E quando já não bastava ter visitas nocturnas na nossa cama, hoje tive de sair e dormir entre duas miúdas (em que uma delas não pára de se mexer) para que a noite acabasse descansada (descansada para elas, com torcicolo para mim) a isso chama-se amor de mãe e pai que finge ter sono pesado.
Hoje fui acordada com a mini C. a chorar tão alto que pensei logo:
– É desta que o vizinho de cima chama alguém.
Saí a correr, pus o pé em cima de um brinquedo que uma delas deixou espalhado no chão e quase chorei mais alto que ela tal foi a dor de qualquer coisa pontiaguda a espetar na carne. Chamei-lhes todos os nomes que na altura me vieram à cabeça.
Peguei nela e não tive outro remédio senão levá-la para a nossa cama (o pai nem mudou de posição).
Já estava a dormir ferrada quando acordei, mais uma vez,  com a C. pequenina já a puxar os lençóis para trás para se enfiar na cama.
– Conchinha hoje não dá, a Caetana está aqui a dormir, tem de ir para o seu quarto.
Ela amorosa foi sem dizer nada.
Ainda não estava a dormir e aparecem as duas, a refilar uma com a outra.
– Oh mãe a Carlota empurrou-me da cama dela e não me deixa dormir lá!!
– Oh mãe nem pensar ela dá pontapés e não pára quieta. A mãe pode vir dormir no meio?

Com o pai em estátua (só faltava ressonar) mais uma vez sem mexer um braço, levantei-me e fui dormir numa cama de corpo e meio com uma delas de cada lado.

Resultado desta noite: Um péssimo humor de manhã, um torcicolo e uma vontade enorme de não aturar nenhuma delas.

Quem me mandou escrever e dizer tantas vezes que tinha muita sorte porque as minhas filhas dormiam a noite toda!!! Elas dormem, o pai dorme…eu é que não!

Vira a página e toca o mesmo.