O grafiti da Caetana
Quando ontem fui buscar a Caetana à escola, não queria acreditar no estado em que ela estava. Pintada da cabeça aos pés e com a maior cara de caso que alguma vez tinha visto nela.
A professora não queria acreditar que a Caetaninha de cabelo loiro e olho azul tinha saído do recreio do almoço com uma amiga, tinha entrado numa sala vazia e as duas tinham pintado a secretária, espalhado as canetas e lápis pelo chão e deixado o canto das pinturas num verdadeiro caos.
Mostrou as fotos e até eu não queria acreditar.
A brincar a minha amiga C a quem contei, diz que vai ser artista e que só estava a mostrar a sua arte, eu acho é que esta terceira vai dar muito, muito trabalho para perceber que nem tudo o que quer pode fazer e que nem sempre tem graça.
Quando chegou toda suja e pintada ao pé da Concha e lhe contei o que fez, até a Concha respondeu com a cara gozona dela, mas de boca aberta:
– Ena Caetana, nem eu nunca fiz nada tão mau aqui no colégio!!!
A Carlota, (a dramática e séria da casa), chocada e ao mesmo tempo preocupada só dizia:
– Oh mãe, isto é muito grave ela vai ser expulsa!!!! É que isto é pior que portar mal, de certeza que a vão expulsar!!
A verdade é que hoje pediu desculpa e diz que se portou super bem. Foi avisada (se bem que várias vezes lhe foi dito antes) que canetas e lápis são para pintar no papel e agora é esperar para ver quais a cenas dos próximos capítulos…
Teimosa mas decidida vamos lá ver o que vai sair daqui ;)
♥
Cacomae no Instagram @anadominguezlemos
Está na hora de começarem a tratá-la como uma criança e não bebê.
Excesso de mimo dá nisto. E tendo ela já duas irmãs quando nasceu, é um bocado estranho ter tanto mimo.
Mimo dou muito sim a todas e não acho que mimo seja demais nunca, mas também ralho, castigo e chamo a atenção quando fazem asneiras. Que a trato muitas vezes como um bebe por ser a mais nova, é verdade, tem razão e nem sempre é bom e tenho de mudar isso.
Oh, Ana, não dê améns ao anónimo! Que sabe ele da forma como trata a sua filha? E, por acaso, há alguma coisa de grave no ato da Caetana? Fez um disparate saudável e aprendeu com o erro. Mau é se voltar a repetir.
Que idade tem a menina 3 ou 4? Parece muito alta mas nao deixa de ser uma bebé. Com isto nao quero dizer que deve deixar passar tudo. Errou , tem consequências. Mas nada tem a ver com o mimo e colo que crianças assim precisam. Cada uma tem a sua personalidade e isso é a beleza delas.
Concordo que o mimo é bom e dificilmente será demais. Mas realmente acho importante que não se trate o filho mais novo como um bebé quando já não o é (e não estou a dizer que o faz, até porque não estou em sua casa para ver). Está efectivamente provado que muitas das diferenças de personalidade e até de qi dos filhos, de acordo com a ordem de nascença, se devem à forma diferente como os pais inconscientemente os tratam. Eu também tenho 3 filhos, duas meninas com 5 e 2 anos e um bebé com 1 mês e faço um esforço consciente por tratá-los de igual forma nas várias idades. Ainda assim, não posso garantir que não vá ter também a tendência de prolongar o tempo de bebé do último filho… acredito que seja algo natural.
Quanto ao caso concreto da Caetana, acho grave (é preciso ter em conta que eu sempre fui a dramática e séria da casa como a Carlota) e sei que me teria “passado” com a minha filha se fizesse algo desse género. De qualquer forma o que está feito, está feito e agora é tentar que não se repita. Por outro lado, imagino o quanto lhe deve ter custado pedir desculpa no colégio (embora acho muito bem que o tenha feito!)… coitadinha.
Mimo e colo nunca são demais. As regras também são importantes e quando algo acontece e preciso pulso e clareza para que percebam o que fizeram.
Ana somos mães não existem receitas mágicas seguimos os nossos corações.
Parabéns pelo seu trabalho.
Eu entendo-a Ana, atenção!
Não estou a criticar por maldade, apenas é fundamental regrar o “mimo” de forma proporcional à idade e não por ser a “mais nova”.
Sou a mais velha de duas e, curiosamente, também digo isso à minha mãe por birrinhas que a minha irmã faz mas, atenção! Nunca me lembro de fazermos tal coisa pois é muito grave mesmo e, além do mais, não andamos num colégio mas a nossa tia era a coordenadora da escola e tínhamos sempre uma vigilância apertada. Nem sequer podíamos dar-nos ao luxo de não comermos ao almoço, tínhamos sempre de comer outra coisa qualquer, não podíamos esquivar-nos.
Acho engraçado como as pessoas gostam logo de comentar a fazer um circo, enfim…
Beijinhos Ana e não tenho dúvidas que faz o melhor que pode.
Nem devia ter perdido tempo a responder.
MJM
Ana, provavelmente deu e dá o mesmo mimo e educação a todas, as crianças não são todas iguais, tem personalidades!! Por isso não se dê ao trabalho de responder a este tipo de comentários…
Tantas certezas parece ter a anónima em relação aos filhos dos outros.
Apontar o dedo é fácil, difícil é reconhecer os nossos próprios erros.
Não sei se tem filhos, mas se for o caso, atente que ao apontar um dedo a outra pessoa, está a apontar três dedos a si mesma…
Quem lê o seu comentário, pensa: conhece muito bem a Ana Lemos e a sua vida familiar!
Acha adequado e normal fazer as afirmações que escreveu e fazer juízos de valor?
O que cada um de nós deve fazer é conduzir a nossa vida e deixar os outros orientar a deles como entenderem!!!!!
Mimo e colo nunca serão demais para nenhuma das 3.
Como a entendo e partilho os mesmos “dramas”.
Também tenho 3 meninas e a terceira curiosamente tão loirinha e de olho azul como a sua, é a minha maior ” pestinha” e um enorme desafio diário.
Muito meiga mas ao mesmo tempo muito teimosa, determinada, desafiadora e o pior mesmo são as BIRRAS que são constantes.
Também eu estou para ver no que se vai transformar a minha enfant terrible.
Beijinho e boa sorte
Que atire a primeira pedra que nunca fez um disparate em criança! Acho que a Ana sabe muito bem como lidar com a situação, mãe sabe sempre’, eu acho um amor a relação com as 3!
Ana ela pode mesmo precisar de dar “asas” à imaginação e as propostas pedagógicas podem não corresponder às necessidades/motivações da Caetana. Podem ser demasiado estruturadas, dando pouco espaço para explorar a criatividade.
Asneiras todos fazem, uns mais que outros;)
A única coisa que acho estranho é como é que duas míudas conseguem ir para uma sala vazia e terem tempo para fazer asneiras… Não é suposto haver um maior controlo na movimentação das crianças?
correto
Faz parte da infância cometermos disparates, desde que saudáveis, como é o caso deste. A Caetana não bateu em ninguém, nem fez bulling, por isso não se preocupe.
E as tintas, será que eram hipoalergénicas? Espero que não lhe provoque nenhuma reacção alérgica na sua pele sensível.
A ver vamos…..
Devo das poucas que acho que o que a menina fez, é grave, mas não é algo transcendente…claro chamar à razão e esperar que não se repita…
A Ana já pensou que esta exposição, estes acontecimentos aqui contados no blog podem não agradar às meninas daqui por um tempo?!
Eu por exemplo sei que ía odiar ter as minhas façanhas expostas ao escurtínio geral…
Isto não é uma asneira… É arte! ;)
Oh Rita…é ironia, só pode !
Sendo arte ou não, há que aprender a viver em comunidade. E o que é arte para si, para a Caetana, ou quem quer que seja, para outros poderá não ser. E independentemente dos dotes artísticos (que de forma alguma não acho que não se deva incentivar), convém não estragar algo que não nos pertence. Pintar as paredes da minha casa é uma coisa, a dos outros não. Mas deduzo que o seu comentário seja mais na brincadeira que outra coisa.
Teve castigo pelo que fez? Na minha opinião pode ser tratada como bebé mas já tem idade para perceber o que faz. Se continuar assim não lhe prevejo um futuro bom….será uma criança problemática, mimada, mal educada, rebelde e por aí fora. Se não consegue com esta idade fazer nada da filhota, não quero imaginar daqui a uns anos….boa sorte! Sou pobre mas tenho uns filhos bem educados! E não lhes permitiria este tipo de coisas sem um belo castigo!
Espero que o castigo passe por explicar porque é que fez mal e porque não pode voltar a fazer. Porque castigar só porque sim, também é uma coisa muito bonita… Filhos que não podem dizer um aí, sem a autorização dos pais e que vivem com medo deles, é assustador.
Realmente uma criança com 4 anos está completamente perdida!!!! e o futuro da menina completamente comprometido!!!!???????????????????????????????????????
Só pode estar a brincar…se estiver a falar a sério, é melhor pensar em consultar ajuda médica.
Ser pobre ou rico nada tem a ver com ter ou não educação. Em ambas as situações económicas existem crianças e adultos bem e mal educados.
A Caetana não foi mal educada! O que fez não foi correcto, mas é uma criança e explicando que não o deve voltar a fazer e o porquê, a menina de certeza que entende. A isto chama-se educar e permitir que vá ganhando a maturidade adequada à idade dela.
Eu com 15 anos estava aborrecida na aula de Biologia e pus-me a desenhar com a colega do lado na mesa, acabou a aula e não limpámos. Levámos um ralhete descomunal, e bem merecido, à frente da turma toda, na aula seguinte. E tivemos de limpar. No nosso caso foi mais grave: miúdas de 15 anos, melhores alunas da turma e tudo mais. Sensato, hum? Não. A Caetana tem 4, 5 anos, não me parece que seja assim tão grave uma atitude dessas. Repreender sim, e achava bem q as tivessem posto a ajudar a limpar (a minha desde pequenina já sabe que o que suja, ajuda a mãe e limpar, se for sujidade desse género – pintar onde nao deve, mandar coisas para o chão, etc) na escola. Mas tb acho um bocado dramático estarem já a pintar o futuro dela como uma pequena tirana…
Oh God, tanto drama, parece que a miúda bateu ou maltratou algum coleguinha, foi bully ou chamou nomes a alguém…nada disso! Que idade tem a Caetana, 4 anos? É pequenina e fez um disparate(zinho, zinho), deve-lhe ser explicado calmamente que não deve repetir, como a Ana disse que só se pinta na folha, etc., mas sinceramente é uma diabrura sem importância nenhuma :) mimo e colo nunca são de mais, para o anónimo que acima veio criticar, e há muitas formas de ensinar calmamente, sem gritos nem castigos absurdos, impondo regras, claro, mas de forma respeitadora das crianças (chama-se disciplina positiva, pesquise). A mim, o que me preocuparia enquanto mãe seria perceber como é que duas garotas de 4 anos se conseguem escapar do recreio sozinhas, ir para uma sala só as duas, encontrarem as canetas e terem tempo de pintalgar aquilo tudo sem que ninguém se apercebesse! Certamente terão estado mais de 10 minutos sem vigilância, isso é que não me parece normal, ainda para mais num colégio…A travessura da menina só diz que é uma criança saudável e activa :)
As minhas há tempo fizeram o mesmo no quarto delas, pintaram chão, paredes, cómoda, lençóis … felizmente eram tintas laváveis, que eram as únicas que entravam cá em casa e saiu tudo.
Claro que dei um ralhete, mas tive que fazer um esforço tremendo para não me rir e aproveitei para fotografar, daqui a uns anos vão ver os disparates que faziam.
Acho que é uma fase que todos (ou quase) passam, a de pintar paredes, também não foi nenhum crime …
Quanto ao mimo, as minhas são gémeas, têm 4 anos e apesar de as tratar de forma igual a I. é super infantil e adora fazer-se de bebé, enquanto a R. tem como lema: aqui há regras e são para cumprir – frase muitas vezes dita por ela :)
O que a Caetana fez é grave, sim, e também acho que devia ser castigada (não sei se foi ou não). E não, não concordo que apenas explicar que não se faz seja suficiente para educar uma criança. Os castigos quando aplicados no momento certo, nunca fizeram mal a ninguém, nem fizeram ninguém crescer com medo dos pais. Sempre me “guiei” por uma frase com a qual concordo totalmente: “There are two great injustices that can befall a child; one is to punish him for something he didn’t do; the other is to let him get away with something he knows is wrong.”. Mas daí a estarem já a pintar um futuro tão negro à menina… calma! Tem apenas 4 anos e, apesar de não concordar que pintar paredes e afins seja uma fase por que todos passam, também não é o fim do mundo. É preciso é que seja corrigida já.
Também concordo que tão ou mais preocupante do que o que ela fez é o facto de num colégio privado, crianças desta idade conseguirem fugir do recreio e entrar em salas de aula sem autorização, tendo ainda claramente bastante tempo para fazer asneiras. No meu colégio (agora da minha filha), é e era impossível fugir do recreio da infantil (na primária não posso dizer o mesmo, embora nos apanhassem logo) e todos os corredores e salas de aula estão trancados nos intervalos, pelo que não é possível entrar em sítios sem qualquer vigilância nestas idades. Isso também me preocuparia, embora descuidos possam acontecer a todos.
Sou totalmente a favor de muito mimo e muitas regras (com consequências quando quebradas) e não acho nada que as duas coisas sejam incompatíveis.
Sim, colégio é colégio, está bem dito , andei num e os meus filhos também. Não percebo problema da Sra.
O Mimo nunca é demais, tenho filhos crescidos e continuo a dar-lhes mimo. Coitados dos que não têm. Mas a seu tempo também levaram ralhetes como eu levei, fiz disparates como esta C fez, pintei paredes, pintei a cama, fiz golpes na cama com x-actom entre outras coisas. Ralharam-me imenso e castigaram-me. Mas quem não fez disparates ????
Foi o que pensei ahahahahahha
Bom dia Ana,
Não costumo comentar mas hoje senti necessidade e não pela mesma razão das outras leitoras.
Relativamente à questão do disparate e do mimo acho que a Caetana ainda é muito pequenina e portanto é normal acontecerem estes disparates (ainda mais com uma amiguinha a alinhar) e também normal o mimo que a Ana lhe dá :)
Só confesso que não gostei mesmo nada do comentário “Caetaninha de cabelo loiro e olho azul”, reiterado por uma outra leitora… deixa denotar aquela ideia (errada) que as crianças loiras de olhos azuis são uns seres angelicais e as morenas são as pestinhas, de quem se esperam disparates… Ainda mais tendo a Ana uma morenaça linda. Acho que devemos ter atenção a este tipo de comentários, modos de ver as crianças, que depois se refletem em tantas atitudes incorretas na idade adulta.
E já agora muitos parabéns pela maratona, grande vitória!
Beijinhos,
Ana Leonor