Peregrinação a Fátima

2 Novembro , 2020

Finalmente, podem dizer ;)

Neste post vou tentar dar todos os truques e conselhos que me deram antes de ir e vou tentar dizer por palavras muito do que senti nos 5 dias que demorámos a fazer 148km em peregrinação, da Expo até Fátima.

Antes de mais foi sem dúvida uma experiência extraordinária e única. Teve muita emoção, teve muitos momentos de paz interior, muitas gargalhadas e muita entreajuda. Foi maravilhoso!

Obrigada Maria por me teres deixado fazer parte dela e do que significou para ti

 

 

o grupo

 

A organização foi espectacular e ajudou a que tudo corresse bem. Ficar bem instalada e sempre no mesmo hotel, contribuiu e muito para que não fosse um grande sacríficio (no meu entender não tem de ser para ter o mesmo significado) e sem dúvida foi importante para aguentar tantos km todos os dias. As noites bem dormidas e confortáveis foram fundamentais. As massagens que podíamos ter quando chegávamos ao fim do dia ajudaram algumas que ganharam mazelas e dores ao longo do percurso e os banhos quentes na piscina a mim souberam pela vida. Pés em água e sal também foram outra boa dica que seguimos.

A Casa da Amieira é um hotel de charme, muito familiar e acolhedor. Está localizado num sítio lindo rodeado de verde, animais e as casinhas novas são o ideal para um grupo de amigos que quer conforto, isolamento e algum distanciamento social. Um sossego no meio da natureza, para não falar nos “manjares” que todos os dias nos preparavam para jantar.

Existem packs standart (vejam aqui), mas também existe a possibilidade de serem feitos à medida conforme o gosto e o que cada grupo deseja para si.

Tivémos (e têm) um carro de apoio que nos acompanhou todos os dias (o nosso João foi a chave de Oiro para muitas gargalhadas, mas essas aventuras vão ficar para o grupo porque há coisas que só vividas têm a sua graça). Com esse apoio tivemos sempre almoços preparados pelo hotel (cheios de mimos e muitos pormenores únicos, como a mesa posta com cadeira confortáveis para descansar à sombra junto a fontes com água fresca ou, junto ao rio numa paisagem linda de cortar a respiração). Todos os dias o carro nos levava de volta ao hotel e no dia seguinte nos deixava onde tinhamos ficado.

5 estrelas.

Não posso deixar de repetir e agradecer o carinho e atenções que tiveram com todos nós que chegávamos cansados. São esses gestos e esses detalhes que os tornam tão especiais e sabem tão bem, sempre!!!

Fomos num grupo de 9, que achei um número ideal de pessoas. Todos conseguimos respeitar ritmos e necessidades uns dos outros. Todos se ajudaram uns aos outros e não houve grandes discrepâncias de ritmos ou cuidados especiais.

Para uns foi mais díficil do que para outros, por razões diferentes. Preparação física, material que levaram, ou o corpo com uma ou outra lesão antiga que veio ao de cima com o esforço dos dias. Foram muitos kms por dia. Passámos por sítios e lugares lindos, com pisos mais fáceis outros mais difícieis , mas todos fazíveis e todos muito bem sinalizados (excepto Santarém a cidade onde menos indicações havia).

Antes de partir convém terem um plano para cada dia de sítios onde vão parar para almoçar e onde vão terminar de forma ao carro vos poder apanhar. A parte das casas de banho também foi a menos boa, mas nada que não se consiga ultrapassar.

Foi tudo muito bem pensado pela Maria e pela Goka com a Casa da Amieira. Eu só fui atrás. Parabéns às duas por tudo.

Também tivémos muita sorte com o tempo que apanhámos pois apesar de algumas vezes termos refilado com o calor, chuva teria sido muito, mas muito pior. Apanhámos chuva nos 2 últimos km, já em Fátima, e de longe foi a pior parte.

Na mala levei muitos calções, meias de corrida (para mim foi mais fácil organizar tudo porque já uso e tenho dos treinos que faço) e dois pares de ténis que conheço bem por usar muito. Os ténis e as meias que levam são o principal para evitar bolhas. Têm mesmo de ser bons e grandes, poruqe os vossos os pés vão inchar muito. A vaselina todas as manhãs e noites para hidratar é essencial e foi a grande razão de nem um bolha ter tido. Há dias que vão querer mudar de meias na hora de almoço. Meias húmidas e suadas nunca. Levem muitos pares (mas também podem ir lavando no hotel). Não podem caminhar a sentir pedrinhas nos pés, pois se acham que vão ser chatas por pedir para parar, mais chato vai ser quando chegarem à noite com bolhas e feridas. Parar sempre que precisarem. Vão todos para o mesmo, há compreensão e ninguém faz má cara.

Eu na corrida não fico com má circulação nas mãos, a caminhar fiquei logo com os dedos muito inchados. Segui o conselho de alguém e peguei numa cana que me acompanhou todo o caminho desde então (encontram imensas ao longo das estradas do percurso, mas se quiserem algo mais profissinal, na Decatlhon têm bastões próprios para isso). Por fim um bom espírito de equipa e acreditar que tudo é possível. Eu sou católica e tenho fé, ajudou, mas mesmo quem não é e faz esta peregrinação, arranja motivos e agarra-se a forças que fazem chegar ao fim. Todos conseguimos e ninguém ficou para trás.

Chegar a Fátima depois de tantos dias com um objectivo no coração e muitos outros na cabeça, foi das sensações mais bonitas e maravilhosas que já tive. Lá consegue-se sentir uma paz, calma e tranquilidade que não se sente em mais lugar nenhum. Missão cumprida.

Expo- Fátima

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vou querer repetir e vou querer experimentar os caminhos de Santiago porque nada como uns dias assim para nos sentirmos bem connosco, com Deus e com o próximo.

 

Tudo organizado pelo Hotel Casa da Amieira com packs aqui.

Podem também ver todos os stories desses dias nos destaques do meu Instagram aqui, porque só assim podem acompanhar ao vivo e a cores para perceber um pouco toda esta experiência.

 

Cacomae no Instagram @anadominguezlemos