Os dias sem a Conchinha

5 Julho , 2015

Não existe Amor maior do que o Amor de mãe, mas existem outros tão grandes e bons que temos e devemos saber alimentar. O Amor dos avós, dos padrinhos, dos tios, de amigos, dos professores e outros, que fazem dos nossos filhos crianças felizes e muito amadas.

Já aqui falei algumas vezes da Z. uma pessoa muito especial que ajudou e ficou com a Conchinha quando ela ainda não tinha vaga para o colégio (nenhuma das outras 2 precisou e esta é a principal razão de só a Conchinha ir) . A relação delas é tão forte que muitas vezes é a C. pequenina que me pede para ir visitá-la, que me diz ter saudades, daí ir tantas vezes passar um ou mais dias com ela. Se há pessoas em quem confio as minhas filhas, a Z é uma delas. Já tomou conta de mim e agora chegou a vez de levar a Conchinha a passear, de ir com ela andar de comboio, de elétrico e tantas outras coisas que também fez comigo há anos atrás. Se sei que a minha filha está bem entregue, se sei que na casa da Z.  lhe dão toda a atenção e carinho que ela gosta, porque não deixá-la ir?

Não sou uma mãe galinha nem sou daquelas mães que acha que os filhos são propriedade nossa. Também não sou das que não se consegue desligar e precisa de as ter 24h/24h comigo, por isso não me custar deixá-las ir passar dias fora. Aliás até acho que faz bem a todos. Ter saudades e sentir a falta é saudável, ajuda pais e filhos a crescer, ajuda pais e filhos a perceberem que a liberdade também é uma coisa necessária que se for dada desde cedo pode trazer muitas vantagens. Mais cedo ou mais tarde eles crescem e um dia vão querer voar, vão querer fazer os programas normais da idade e podem ter a certeza que pais que nunca se separaram dos filhos vão ter muitos mais problemas e vão sofrer muito mais do que se desde sempre os tiverem deixado ir com avós, tios, amigos, para dias de férias, dias de programas fora de casa.
Claro que a casa não está completa, claro que morro de saudades delas, mas nada que não se aguente. Não pensem, quem nunca deixou, que passamos as horas a pensar neles, as horas de lágrimas nos olhos. Nada disso, há que saber aproveitar e fazer as coisas que com eles não se podem fazer, há que aproveitar para dar atenção extra aos outros filhos, há que saber viver com esses dias assim. Se os deixaram ir é porque sabem que eles foram bem, é porque sabem que os confiam a pessoas que os mimam tanto (ou mais) que nós. 
Nesta altura do ano as Cs. contam os dias para irem de férias com os avós, pedem para ficar a dormir em casa dos tios e às vezes até dizem que é muito mais giro quando ficam na casa da amiga P. Tem dias que ligamos e nem querem falar connosco ao telefone, tanta é a brincadeira e a excitação de não nos terem por perto. Não fico triste, porque se há sinal de que estão bem e felizes esse é um deles e nada mais tranquilizante do que percebermos que estão longe mas estão bem.
Mães ansiosas e mães galinhas experimentem aos poucos, as primeiras vezes umas horas, depois uma noite, e assim por diante até conseguirem e se sentirem tranquilas para os deixar ir, porque garanto por experiência e mãe de 3 que é bom para todos.

Esta cara e este sorriso não enganam e são a prova do que escrevi em cima. Uma miúda feliz porque foi passar uns dias com a sua querida Z.
Vestido: Knot
Ténis: Pisamonas
Mala (antiga): Pau de Giz