Olhos sempre abertos

12 Julho , 2016
Cá em casa optámos por não as pôr na natação (apesar da Carlota quando era pequenina ainda ter andado 1 ano). As otites, a falta de paciência em levar e ter de estar com elas dentro de água e mais uma ou duas desculpas, fizeram com que não as tivéssemos posto. Uma parte egoísmo, outra por não querer passar os invernos com elas doentes, duas razões que achámos fortes, mas podemos querer rever.
As 3 adoram água (nem sempre foi assim, por isso mães que têm filhos que fogem de água, as coisas mudam de ano para ano),  por isso programas na piscina há todos os Verões. 
As braçadeiras andam sempre nos braços e só a Carlota que já sabe nadar pode estar sem elas. 
Porque o sempre é relativo, há alturas que deviam, mas não estão com as braçadeiras nos braços.
  Mãe quero ir fazer xixi, mãe vou para a toalha secar, mãe posso mudar de fato de banho, mãe tenho fome, são algumas das vezes que as braçadeiras “evaporam”. 
Somos pais descontraídos e confio nas 3 na parte que sei que cada uma só faz as coisas que sabe que consegue fazer. Não são de se aventurar à doida, não  desobedecem quando sabem que há perigo e são as 3 (mesmo a Caetana) responsáveis qb.
Não ando sempre em cima no controlo, mas ao longe sabem que estão a ser controladas.
Mas, há sempre um mas… são crianças e com elas os imprevistos acontecem a toda a hora. 
A Caetana adora saltar para a piscina como as irmãs. É uma das diversões quando estão juntas. 
Desta vez a coisa correu mal e valeu o pai estar perto e eu estar a olhar (mas é tão fácil não estarmos sempre a olhar, é tão fácil ter o telemóvel na mão e estar a ver mil coisas nele, é tão fácil estar a olhar para o fato de banho da senhora “pintorolas” que acabou de chegar)…
A Caetana não se lembrou que estava sem braçadeiras  e saltou toda confiante para a piscina, mas não para a parte que tem pé, desta vez para a parte funda, onde em segundos desapareceu. 
Fiquei verde, fiquei em pânico mas valeu o meu grito “Hugo ela está sem braçadeiras!!! “…
Segundos que pareceram minutos e podiam ter acabado mal. 
Achamos sempre que há alguém a olhar…mas não há, nem tem de haver!
Correu bem, ela apanhou um susto mas logo de seguida o H conseguiu convencê-la a pôr as braçadeiras e ir outra vez à piscina de forma a não ficar com traumas ou deixar de gostar da água.
Percebeu o que aconteceu, percebeu que há coisas que não pode fazer sozinha…
…se vai durar não sei, mas aprendi que basta uma distração e as tragédias podem acontecer, mesmo debaixo dos nossos olhos!

Atenção que estes perigos da nossa distração (normal) acontecem em todo lado, a toda a hora e não só na piscina!
Não quis deixar de escrever, não para alarmar, mas apenas para se lembrarem (se bem que todos já sabemos disso)  que com crianças temos de ter os olhos sempre abertos.

Boas férias!

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