Culpados

30 Agosto , 2019

Muitas vezes sinto-me deslocada desta realidade em que vivemos. Várias vezes já fui gozada pelas minhas amigas, quando me refiro a certas coisas e a certos assuntos como se fosse uma velha de 100 anos. É normal termos opiniões diferentes e “discutirmos” ideias. Não sou contra as novas tecnologias, mas cada vez me irritam mais e acho que se implementaram rápidas demais também.

Não consigo perceber a ânsia de alguns pais insistirem e darem telemóveis tão cedo a crianças sem maturidade para os ter ( e não, não dão daqueles só para fazer e receber chamadas). Continuo sem entender os novos métodos de que as palmadas são de evitar e coitadinhas das crianças se as apanham (crianças essas que já têm um poder assustador sobre os mais velhos por essas razões). As desculpas são cada vez menores em relação à culpa que os pais sentem cada vez que falam num tom acima, ralham ou põem de castigo. Se uma dessas coisas é feita em público então, a culpa parece ser ainda maior, tal é o receio de que alguém estivesse a ver ou ouvir. Não devia ser assim! Nós somos quem mais gosta e ama os nossos filhos. Se achamos que a palmada ou o ralhete é merecido, devíamos não ter qualquer medo de o fazer. Mas temos, hoje em dia temos…

Os miúdos estão a crescer com muito menos regras, muito mais poder. Nós pais passamos os dias com medo dos erros que cometemos e passamos os dias importados com a opinião dos outros sobre nós.

Somos muito mais inseguros (ou pelo menos demonstramos muito mais insegurança) do que a geração dos nossos pais e nunca estamos satisfeitos, como podemos querer que os nossos filhos estejam?

Isto para dizer que hoje dei um estalo na Caetana e fiquei a tremer…não por lhe ter dado o estalo que achei bem dado pelo mal que estava a fazer, mas porque dei por mim aflita e preocupada se alguém tinha visto e o que estaria a pensar de mim…

Bom fim de semana.

 

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