… Síndrome de Asperger
Defender as crias com unhas e dentes é uma expressão usada mais para os animais eu sei, mas por vezes é tão bem aplicada também a nós…
No sábado, quando a C. pequenina tirou as meias e ficou com as pernas e os pés descalços na praia, para nós é mais que normal, ver o angioma e por isso nem me lembrei do “trauma ” que iria causar a quem passava. Que parvas e anormais são as pessoas que nem disfarçam, e até viram a cara depois de comentarem com quem vai ao lado, para verem melhor e poderem ter assunto para a próxima hora.
É nestas ocasiões que apetece dizer:
– Que foi nunca viu? É um angioma, não se pega e não faz mal estar ao pé…mas dá para não olhar com cara de nojo? É um bebe que não precisa crescer a ter de esconder, nem a ter de ficar envergonhada ou
inibida só porque tem um sinal diferente do normal.
Agora percebo algumas mães, quando por vezes no jardim pegam nos filhos, e os levam bem apertados, para que se sintam bem protegidos e muito, muito amados. Ter algo diferente, não torna uma pessoa diferente, não tem que fazer senti-los diferentes como se fossem uns ET, ou como se tivessem uma doença contagiosa.
Por isso, pais e mães desatentos, aqui fica um aviso para que não volte a acontecer, ou pelo menos cada vez menos, o que vi a semana passada acontecer a uma mãe, de quem morri de pena e a quem quero dar todo o meu apoio.
O síndrome de Asperger existe e muito mais do que talvez desejássemos que existisse. As crianças que sofrem deste síndrome têm comportamentos mais egoístas talvez, são pouco sociáveis, nem sempre se riem ou querem brincar com outros meninos, mas não é razão para terem de se afastar, terem de ouvir que menino malcriado e antipático, terem de perguntar várias vezes se é surdo…um horror o que assisti, uma pena e tristeza para uma mãe que apenas quer levar o filho para brincar no parque, que tenta proporcionar-lhe uma vida normal, e que como todas as mães quer ver o seu filho feliz.
Pensem duas vezes antes de fazer caras feias, antes de olharem com desprezo, antes de tantas coisas evitáveis…não atire pedras porque todos temos telhados de vidro, e quem sabe um dia não é você a ser alvo dessas caras e dessas palavras que magoam e fazem tantas mães chorar…
Se fosse essa mãe, acho que tinha deitado as unhas e os dentes de fora e aquele pai tinha ido marcado para casa…
Para todos os que querem ficar a saber mais sobre o que é o Síndrome de Asperger, de forma a evitarem juízos de valor, deixo aqui um artigo interessante para ler, e mais outro aqui, e este que adorei conhecer aqui.
…no fundo, e sem ser no fundo o que todas queremos é ver os nossos filhos felizes a brincar com amigos ou a brincar sózinhos…mas felizes.
Um post dedicado à P. e a todas as mães que têm um filho com este síndrome, que já foram, tantas vezes a chorar para dentro, pelo mau estar criado por pessoas parvas e incultas.
ps – …desejosa de ir ao IKEA comprar estas luzes e copiar esta ideia que adorei com a gaiola que tenho a decorar a sala. Ideia gira e nada perigosa para crianças pequenas como as Cs. que adoram mexer em tudo.
pss – … outra ideia gira, para quem é fã de gaiolas como eu, desta vez para o quarto das miúdas O papel é um amor e podem encomendar à Maria Lorena, em Lisboa e na Winkie para as meninas do Norte. O papel de parede num quarto faz toda a diferença, eu arrisquei e amei o resultado. Lembram-se do quarto das Cs? Revejam aqui.
Sou só eu que gosto ou há mais alguém?
Boa semana!
Olá,
Nunca comentei o seu blog, mas ainda bem que resolveu voltar :)
Qualquer discriminação devia ser banida. Mas por vezes é mais fácil deixarmo-nos levar por rápidos juízos de valor… Mas pena pena, tenho que as pessoas o façam em relação a crianças e que 'ensinem' estes comportamentos aos filhos.
Obrigada pelo 'abre-olhos'
Como te compreendo! Quando a Gigi tinha o angioma na boca também passava cada uma! Felizmente ela não se lembra de nada e já não se nota! Mas há pessoas muito estúpidas mesmo!!! :((((
Amei as ideias das gaiolas! :D
(o papel de parede do quarto dos meus pais! Adoro!!!)
Olá Ana! Sei bem do que falas… Um dos meus amigos tinha uma forma leve de Asperger e era horrível não só ver outros miúdos a porem-no de lado mas, pior, os pais falarem do assunto ao pé dele. Um beijinho, Sofia.
São tantos os adultos com Asperguer, que venceram barreiras, treparam montanhas e hoje fazem a sua vida normal, trabalham, são pais, mães. Quem sabe se nos momentos que brincaram no parque, tiveram amigos que os ajudaram, adultos que não lhes viraram a cara, professores que souberam ver a riqueza do seu mundo…os pais, ontem e hoje, esses, estão sempre lá.
Olá Ana.
Infelizmente também sei do que falas,não com essa doença mas com uma criança com hiperactividade, défice de atenção e transtorno de desafio/oposição.
Antes de ter filhos muitas vezes era eu quem olhava para crianças que estavam a fazer birra e dizia" se fosse meu filho já tinha apanhado 2 palmadas naquele rabo…",pois é atirei as pedras e caíram-me em cima pois lidar com um miúdo que está ligada a pilhas 24h é simplesmente esgotante,um miúdo que tem como base de concentração a desestabilização de tudo á sua volta,que morde constantemente a roupa,que grita e berra que nem um doido para tentar envergonhar-me e ganhar o desfio não é mesmo nada fácil.
Sei que tenho que ter 10 vezes mais paciência do que uma mãe normal pois ele simplesmente não se consegue controlar,as mãos e os pés não param,o copo da água ou o prato da comida todos os dias vêm parar ao chão e não há nada a fazer.
Eu sofro…mas garanto-vos que ele sofre muito mais pois já tem 10 anos e perfeita noção de que é diferente dos outros meninos que conhece,ele próprio se questiona porque é que eu estou sempre a fazer asneiras??? Ou como ele próprio me diz:"Porque é que tudo me acontece a mim????"
Acontece porque não paras 1 segundo mas tambem sei que não é por não querer,é por não conseguir.
Tantos problemas na escola,na sociabilização dele que acabava por ninguem querer brincar com ele e estar sempre só num canto,as bulhas,as cartas para casa etc.
Enfim…tanto que teria aqui para contar e acho que também seria um excelente post a colocar.
A hiperactividade existe…o défice de atenção existe e não passa com o tempo como o angioma por isso estas mães t~em que ter muita mais paciência,carinho e amor para que eles entendam que apesar de muitas asneiras,gritos e choros nós vamos estar sempre…mas sempre ali….
Bjs grandes e as rápidas melhoras para a C.pequenina.
Até me comovi com o seu testemunho….!! Um grande beijinho
Calma e muita força :)
As maiores felicidades!
Beijinhos
Um beijinho enorme no seu coração! Parabéns por ser uma mãe tão bonita!
sei bem o que fala Ana!! A Missanga como sabe (que já lhe disse) tb tem hemangiomas nas costas!! Hemangiomas e não angiomas!! São pequenos mas são muitos!! 5!! Quando era recem nascido até olhares de pessoas proximas senti..o que acredite…custa muito mais do que recebe-los de pessoas estranhas! Na praia muita gente olha e comentam que eu sinto!! Custa-me e ás x até tento ecsonder…mas depois penso que o mal está nesses olhares e nessas pessoas com mente pequenina!!! O perguntarem, já se tornou habito recorrente e as minhas respostas cada vez são mais curtas…hoje já não me incomoda tanto, até porque estão a começar a desaperecer…mas qd ela nasceu…foi dificil!!!
Fiquei de coração apertado com o post e com os comentários… fico triste só de pensar nas atitudes e comentários que muitas vezes se fazem sem conhecimento de causa! è muito triste sobretudo quando estão crianças na ordem do criticar, que nem se defender sabem, e nós mães o que fazemos insultamos, ou ignoramos, é uma dor só!
Beijinhos para todas voçês que por aqui passam!
Ana adorei a ideia da gaiola branca ficou girissima… um beijinho!
Deixa-me acrescentar que, esse meu amigo, hoje é cardiologista e, com acompanhamento, conseguiu estabelecer um relacionamento social considerado " normal".
Ja sei quem é! espectacular. eu gostava dele!!! o que os outros viam como estranho eu adorava!
olá sei muiro bem o que é isso,infelizmente foi diagnosticado ao meu MIGUEL sindrome de ASPEGER.eLE POR VEZES faz cada birra parece que não compreende o nosso lado….mas temos que o ajudar.É muito dificil já passei momentos duros e por vezes tb vou abaixo sinto que não estou à medida para ele…..mas a vida é asssim….força para todas as mães!
sds
Belita
Parabéns pelo post Ana porque a vida, infelizmente, não é só feita de coisas bonitas. Eu também fervo por dentro com esse tipo de gente e nem tenho adjectivos para qualificar essas pessoas que olham com superioridade para quem é diferente. Esquecem-se que nenhum de nós está livre de ficar deficiente de um dia para o outro! lá por termos nascidos sem problemas não significa que de um momento para o outro não fiquemos numa cadeira de rodas ou com qualquer outro problema que nos torne alvo de comentários por parte desta sociedade mesquinha e deste mundo cruel. Basta um acidente, basta um infortúnio e em segundos tudo pode mudar.
P.S-O papel de parede é um amorzinho ;-)
Bom dia Cacomae.. desde ja um parabens pelo regresso a este espaço tao intimo de mae…
realmente as pessoas deviam ter vergonha e pensar que pode acontecer a todos…o sindroma de asperger na verdade e uma versao leve do autismo mas muito complicado de se lidar… as maes que passam por isso so merecem a nossa admiraçao e forca! acredito que nao acontece a qualquer pessoa, acho que Deus ou outra entidade divina nos escolhe para estes obstaculo..e uma licao, muito embora que por vezes seja demasiadamente dura..Custa pensar que essas pessoas que olham com desdem por vezes sao maes, tias, avos….mas a vida um dia mais cedo ou mais tarde da o troco de volta.
a catarina tambem nasceu com um angioma ( q nao esta nem a melhorar nem a piorar)nas gengivas e na boca…o que a faz parecer com labios de cereja , ou como muita gente diz, parece que tem baton… os angiomas vao passar ate aos 5 anos de idade, senao tera de fazer tratamento.. A C. tem mais e de ser feliz e deixar respirar esse angioma que de certo ira passar!!!
As melhoras e …bom regresso!
peco desculpa n ter pontuaçao , mas aqui o meu teclado esta em crise de acentos e pontuacao!
Infelizmente é uma realidade. Há pessoas que não conseguem disfarçar, outras que, por curiosidade questionam sem olhar à dor e ao constrangimento causado e, pior, outras ainda que o fazem por maldade. É uma pena. Mas tem tudo a ver com o civismo e a educação das pessoas e infelizmente a nossa sociedade está pouco preparada para agir com sensibilidade e responsabilidade.
Beijinhos
Que post fabuloso, Ana!
Eu tenho 2 filhas diferentes: uma com artrite reumatóide e uma surda, e por vezes também já fiquei de coração apertado com situações porque elas passaram!
Embora queiramos que a vida deles (filhos) seja o mais normal possivel, e que se integrem na sociedade como qualquer criança dita normal, o que acontece é que por vezes, com as diferenças que têm, não conseguem mesmo ser iguais às maioria das crianças. E é nessas situações que nós devemos ajudar a que eles não se sintam diferentes e que eles sigam em frente, de cabeça erguida e com a noção que a diferença faz parte da vida deles!
A minha filha com problemas auditivos sabe perfeitamente que tem esse problema. Encara-o com a maior naturalidade.
Nunca escondi de ninguém que ela é surda.
Nunca tentei disfarçar o problema que ela tem.
Antes pelo contrário, quando é necessário aviso "em voz alta" que ela tem esse problema, para que a diferença passe a ser normal.
Ela propria, quando não entende alguma coisa diz:
– Eu sou surda!
Na 1ª confissão dela, a 1ª coisa que ela disse ao Padre foi:
– Padre Zé Manel, eu sou surda, por isso tem que falar comigo um bocadinho mais alto!
Resumindo: encarar o problema de frente é sempre a melhor opção. E para aqueles que olham de lado para as pessoas diferentes… espero que nunca passem por nenhuma situação dessas.
Beijinhos
Joana Delicado
Que bom ver e saber que existem tantas Mães com M grande que com as suas experiencias nos fazem ver que ser que o AMOR não tem limites e que assumir é o melhor mesmo que podemos fazer, quer por nós quer principalmente por eles…
Lidar de frente com situações destas faz com que em muitos casos se consigam resolver ou pelo menos diminuir e hoje são crianças/adultos com vidas normais e felizes graças às pessoas que estiveram sempre ao seu lado e lhes deram muito, muito AMOR
Um beijinho enorme para Todas ♥
Já referi que não tenho filhos mas faço meus os filhos dos outros durante o meu dia de trabalho e lido com este e outros problemas na minha sala de aula e percebo perfeitamente o que foi explicado neste post pois como professora já assisti (infelizmente) a muitas atitudes que nos deixam a pensar se este tipo de pessoas terá um coração a bater dentro do peito!!!
Excelente post, parabéns!
E sim, deve manter as garras bem afiadas!!!
Beijinhos mãe leoa!
Olá Ana,
Vim aqui dar por acaso e este post tocou-me especialmente…
O meu bebé foi operado à cabeça e usa um capacete e se hoje em dia já ignoro houve muitos dias em que me apeteceu atirar-me às pessoas na rua. Pessoas que espantam, comentam com cara feia. Pessoas que quase caem, esbarram noutras porque não conseguem simplesmente olhar e continuar.
Graças a Deus o problema do meu M. passou com a operação e em breve há de tirar o capacete mas nesses momentos na rua penso muito em como estas pessoas olham de soslaio e até desprezo para as crianças diferentes. Há pouco tempo fiz um trabalho sobre crianças com doenças do espectro do Autismo e conheci crianças e pais de uma coragem e valentia inacreditáveis que dão 10 a 0 a todos esses olhares sem importância.
Desculpa a extensão do meu comentário e parabéns pelo blog!
http://shortstoryoflifeandstyle.blogspot.com
boa tarde, vi o blog numa pesquisa que estava a fazer, sou mãe de uma Criança de sindrome de asperger e neste momento debato-me com uma situação que nem sei o que dizer, não querem aceitar o meu filho na escola publica na primeira classe, porque não querem se dar ao trabalho de ter uma criança assim, para mim uma criança normal como qualquer outra mas parece que para outras não, sei que nºao vou conseguir que ele para a publica mas vou continuar a lutar