Culpados
Muitas vezes sinto-me deslocada desta realidade em que vivemos. Várias vezes já fui gozada pelas minhas amigas, quando me refiro a certas coisas e a certos assuntos como se fosse uma velha de 100 anos. É normal termos opiniões diferentes e “discutirmos” ideias. Não sou contra as novas tecnologias, mas cada vez me irritam mais e acho que se implementaram rápidas demais também.
Não consigo perceber a ânsia de alguns pais insistirem e darem telemóveis tão cedo a crianças sem maturidade para os ter ( e não, não dão daqueles só para fazer e receber chamadas). Continuo sem entender os novos métodos de que as palmadas são de evitar e coitadinhas das crianças se as apanham (crianças essas que já têm um poder assustador sobre os mais velhos por essas razões). As desculpas são cada vez menores em relação à culpa que os pais sentem cada vez que falam num tom acima, ralham ou põem de castigo. Se uma dessas coisas é feita em público então, a culpa parece ser ainda maior, tal é o receio de que alguém estivesse a ver ou ouvir. Não devia ser assim! Nós somos quem mais gosta e ama os nossos filhos. Se achamos que a palmada ou o ralhete é merecido, devíamos não ter qualquer medo de o fazer. Mas temos, hoje em dia temos…
Os miúdos estão a crescer com muito menos regras, muito mais poder. Nós pais passamos os dias com medo dos erros que cometemos e passamos os dias importados com a opinião dos outros sobre nós.
Somos muito mais inseguros (ou pelo menos demonstramos muito mais insegurança) do que a geração dos nossos pais e nunca estamos satisfeitos, como podemos querer que os nossos filhos estejam?
Isto para dizer que hoje dei um estalo na Caetana e fiquei a tremer…não por lhe ter dado o estalo que achei bem dado pelo mal que estava a fazer, mas porque dei por mim aflita e preocupada se alguém tinha visto e o que estaria a pensar de mim…
Bom fim de semana.
♥
Cacomae no Instagram @anadominguezlemos
Um estalo desses (que imagino que não tenha sido para magoar, mas apenas para ela abrir os olhos) é uma vitamina para crescer. E só se perdem os que caem no chão!
Eu também sou adepta da palmadinha na hora certa, embora não aplique muitas vezes. Se a Ana achou que a filha merecia, quem são os outros para opinar. Se cada um se metesse mais na sua vida as coisas eram mais fáceis. Beijinhos e não ligue ao que os outros pensam.
Sem stress querida Ana. De certeza que foi uma repreensão construtiva. Cá em casa também existem riscos intransponíveis e assim continuará a ser porque acreditamos que a autoridade deve ser dos pais, sempre!
Beijos grandes
Cara Ana, muito obrigada por este post! Na era do “não grites e não batas” fico descansada por saber que ainda existem pais que dão uma palmada ou um grito no caso de ser necessário. E não sinto que seja uma besta por fazer isso nem que os meus filhos sejam uns coitadinhos porque “sofreram” com uma palmada no rabo ou um raspanete com um tom mais elevado.
Na hora certa.quando tem que ser.não vejo mal
No início da semana “agredi” o meu filho de 14anos com um rolo de papel autocolante (era o que estava na mão) porque me respondeu mal e em tom mais alto.
Ficou sentido comigo e piorou mais ainda quando lhe pedi para desligar o telemóvel e colocá-lo na minha mala, até me pedir desculpa pela atitude que teve… sinceramente acho que ficou mais sentido por ter levado com o rolo na cabeça, do que ficar sem telemóvel. Como costumo dizer, não ando a criar gente mal educada e sem carácter…temos pena! Até hoje aguardo o pedido de desculpa com um tlm retido na bolsa, 😁 e assim vai continuar…
Sem culpas mas entendo a sua questão. Também não gosto de repreender em público, sinto-me exposta e vulnerável mesmo que ache que tenha razão. Mas já dizia o outro blog, a mãe é que sabe..
Ana se achou que era merecida então não tem porque ficar preocupada ou com sentimentos de culpa. É bem verdade quando diz que os nossos filhos estão a crescer com menos regras e mais poder. E os pais andam quase em pezinhos de la com medo que um grito ou uma palmada bem dada sejam mal interpretados e considerados quase maus tratos. Sem stress Ana. É eles bem sabem que quando nos zangamos é com razão.
Sem stress Ana, é preferível chorar eles agora do que nós mais tarde. Hoje em dia faz se drama com tudo, também levei minhas correções e estou muito bem por aqui de cabeça limpa. Beijinhos
Não sei bem como é que chegamos a esta situação, mas acho sempre que quando éramos pequenos e apanhavamos uma palmada, ou ficavamos de castigo, a culpa era nossa por alguma asneira que tínhamos feito e que tínhamos que aprender a não repetir. Agora, enquanto mães, quando damos uma palmada, um castigo ou ralhamos com os nossos filhos, parece que a culpa continua a ser nossa por não termos antecipado, ou explicado melhor, ou lidado com a situação de forma mais calma, ou… ou… É verdade que devemos sempre tentar melhorar, mas caramba, por um lado procuramos uma perfeição que a meu ver e com a vida do dia-a-dia, está longe de poder ser alcançada. Por outro lado, e mais importante ainda, não estaremos a focar-nos tanto na nossa responsabilidade enquanto pais, que nos esquecemos que acabamos por desresponsabilizar demasiado as crianças? Assim como é que as vamos ensinar a melhorar, se tudo se centrar no nosso comportamento e não na mudança do comportamento delas?
Pois eu acho que bater não impõe regras ou respeito. Há muitas outras formas. Ser assertivo, coerente no discurso e ações assim como castigo. Se bater fosse método para as pessoas não errarem nem serem fora das regras então a violência nos adultos não era crime mas sim uma correção de maus comportamentos. As minhas filhas são exemplares em casa e na escola e nunca as eduquei com palmadas ou chapadas. Acho mesmo muito humilhante para a criança levar uma chapada de quem mais devia confiar e ser protegida. Já quanto às tecnologias estou totalmente de acordo. Educar não é fácil mas dá muito gozo. 😊
Sigo o seu blog já algum tempo e nunca tinha comentado mas hoje e tendo em conta o assunto em causa achei por bem partilhar que comungo da sua opinião… e acrescentar que já me aconteceu repreender o Tomás num jardim e pegar-lhe no braço mais bruscamente para rapidamente ouvir uma mãe dizer… veja lá se quer que eu chame a polícia! É assustador… fiquei sem saber o que dizer ou reagir… senti-me a pior pessoa do mundo naquele momento. Fiquei o dia a pensar no que tinha acontecido até conseguir resolver o assunto na minha cabeça… eu não tinha sido violenta!!! Apenas falei mais alto e agarrei-lhe o braço de forma firme… não posso e não vou permitir faltas de educação preocupada com o que os outros possam pensar.
Sem me meter na discussão de bater ou nao e sem querer referir as outras maneiras de educar, dar limites etc sem ser a bater, penso que nao se pode chamar “repreensão positiva” a uma estalada. Bater não tem nada de positivo.
No que diz respeito a bofetada, não se deve recriminar nem pensar no que os outros possam pensar…
Quanto à tecnologia, não é pelo facto dos pais darem telemóvel cedo que a praga esra propragada. Infelizmente o exemplo vem de nós, pais, que não largamos a máquina por um segundo. O Instagram é assustador, partilhamos coisas a mais, deixamos de viver com a preocupação do partilhar. É um disparate autentico!
A bofetada já está dada. Sem máquina do tempo não há nada a fazer. Se a Ana se sente mal pela forma como lidou com a situação ainda está a tempo de mudar. Informe-se, leia e aprenda sobre outras formas de disciplina, para que a situação não se repita.
Pessoalmente, acho que bater não é a forma certa de lidar com as crianças. Porque somos maiores e mais fortes e porque não lhes passamos a mensagem certa.
Por outro lado, acredito mesmo que todas as mães estão a fazer o seu melhor. Eu só tenho uma filha, a Ana tem três, a comparação nos níveis de stress e cansaço é impossível. Perdoe-se, siga em frente e, se fizer sentido para si, mude.