A vida por um triz
6 Novembro , 2016
Quando saímos de casa de manhã nunca pensamos em coisas como ” e se eu não voltar? E se me acontece alguma coisa e nunca mais as vejo?”. Não penso, mas hoje quando apanhei um dos maiores sustos da minha vida, pensei nisso e em tantas outras coisas que só quem é mãe perceberá.
Tinha combinado ir correr cedo com uns amigos. Tão cedo que poucas eram as pessoas que andavam na rua e trânsito quase zero. É incrível como há pessoas que por essa razão acham que podem desrespeitar os sinais e fazer o que bem lhes apetece. Nem vou pensar que eram miúdos a vir de uma noite de copos (isso então ainda mais confusão me faz e nem quero começar a pensar quando chegar a hora delas saírem à noite).
A verdade é que por muito pouco não vi a minha vida andar para trás. Eu arranquei quando o meu sinal ficou verde e de repente da esquerda vejo um carro a abrir contra mim. Fiquei paralisada e só pensei ” já fui!”. Não fui por um triz apanhada por um carro que me deixaria mal, senão morta com a velocidade que vinha. Por não haver trânsito ele achou que não precisava parar!!! Teve sorte (ou melhor, tive sorte) e conseguiu desviar-se para o lado, para a faixa onde circulavam os carros no sentido ao contrário. Mais uma vez sorte porque não vinha nenhum de frente.
Nem parou, nem abrandou e nem sei se percebeu o que fez. Incrível, não é? Como se pode estragar a vida de uma família e ficar indiferente!
Hoje quando lhes for dar um beijo de boa noite não me vou esquecer de lhes dizer o quanto gosto delas e são importantes para mim.
Tu também, H :)
♥
Cacomae no Instagram @anadominguezlemos
Hoje depois de deixar o meu marido no aeroporto Porto também assisti a um acidente na A28 que me deixou a pensar e muito na vida…
Fiquei a tremer e até com vontade de vomitar, de tal forma fiquei incomodada com o que vi…
Ainda bem que não lhe aconteceu nada Ana…
Beijinho
Que horror que susto!!! Temos que agradecer todos os dias o facto de estarmos com os nossos.
Infelizmente situações destas acontecem todos os dias. Lembro-me perfeitamente de me acontecer o mesmo em Itália numa viagem de trabalho. Não fosse a reacção rápida de um dos meus colegas a puxar-me para trás e não estaria aqui para contar a história. Mesmo assim, o carro ainda me raspou na roupa…
Ainda bem que teve sorte e não lhe aconteceu nada. :)
Ana, também já apanhei um susto e dos grandes, mas com a agravante de estar com as minhas filhas.
Em Agosto, a caminho do aeroporto (5h da manhã), paramos para ir à casa-de-banho e ao voltarmos para o carro, eu ia na passadeira com elas e um carro passou a toda a velocidade. Por pouco não nos levou com ele, aliás, senti ainda a embarrar-me. Fiquei tão preocupada que só me deu para as agarrar com toda a força, para confirmar se "ainda estavamos vivas" e ali.
Cada dia que vemos acrescentado à nossa vida deve ser de gratidão. É num ápice… para deixar de a ter! Por vezes situações destas (que nao se devem passar) podem servir para nos tornarmos mais conscientes. Aliás como a Ana expressou… mas que nao seja só hoje. Todos os dias.
Que bom que teve poder de reacção, que é difícil nestas alturas e nem sempre conseguimos! Ainda bem que não aconteceu nada demais.
Como senti cada palavra e como de à um ano a esta parte passei a ser "diferente"!
Pois em idêntica situação, com a agravante de quem quase me mandava para o céu… não tinha sequer seguro automóvel!
Desrespeitando faixa auto estrada invadiu da direita à esquerda, nao restando NADA dos dois veículos para consertar.
Capotei, capotei e capotei.
Quando parei de pernas para o ar suspensa pelo cinto…após breves segundos que são uma vida…quando abri os olhos tinha a medalha de Nossa Senhora que sempre nos acompanhou no nosso carro de Família numerosa!
Tive a certeza que nao era chegada a minha hora.
Ainda tenho 3 tao pequenos…
E o mais velho…ficaria um trapo!
Como a vida pode mudar por um anormal que na sensação que tive foi que olhou pra baixo para agarrar qualquer coisa!
Ainda aguardo que Tribunal decida a meu favor pois as peritagens e avaliação dao-me razao a 100%!
Nao fora nao ter seguro que nem o FGA se quis responsabilizar tais foram os danos!
Agarro-me aos filhos e com eles à vida!
Beijo
Ainda bem que não passou de um susto!!
Já eu, não saio nunca de casa sem pensar "e se for hoje que um de nós não volta?", talvez por força das circunstâncias, uma vez que trabalho a 1h de viagem de casa. Logo passo 2 horas diárias ao volante do carro, tal como o meu marido, mas em sentidos contrários.
Até nas viagens de fim de semana, em família, também temos 3 crianças, saio a rezar para que regressemos todos bem.
Chego ao cúmulo de acordar de noite com esse medo, na barriga, e agarro-me ao meu marido, alheio a tudo isso que dorme a sono solto, rezando para que continuemos a dormir juntinhos ainda por muitos e muitos anos.
Tenho um medo doentio da perda dos meus, o que me leva ao extremo de não sair de casa, tanto quanto gostaria, aos fins de semana.
As minhas crianças já são maiores do que as suas e acredite que é todo um outro suplício…
Isso não é normal, também. Já procurou ajuda médica?
E pode morrer em casa já pensou???
Anónimo das 14:24 – Por um lado sei que não é normal, por outro sei de onde me vem esse medo. Tento geri-lo da melhor forma, à minha maneira, mas nem sempre é fácil.
Anónimo das 22:03 – Sim, tem razão, posso morrer em casa, bem como posso morrer de uma qualquer doença inesperada! Há um ano, após exames de rotina, apanhei um susto enorme e tive de ser operada a um peito para remoção de um nódulo pré cancerígeno. Nódulo que nunca foi palpável, nem detetado na mamografia, apenas na eco. Fui uma das sortudas, como diz a minha médica!
Apenas acontece que este post falava sobre acidentes de viação!
Não pode pensar assim tão assustadamente, se não, não vive.
Fez este ano no dia 14 de Julho doze anos que um condutor embriagado chocou a 143km contra o meu carro e me deixou em coma 3 meses, presa a uma cama de hospital durante 6 meses e me obrigou a uma penosa e dolorosa recuperação de quase 2 anos até conseguir caminhar de forma independente… não me matou por milagre.
Ainda não era mãe mas vi o sofrimento e angustia diária dos meus pais que quase perderam a sua filha e só depois de ser mãe o consegui compreender tudo por causa de um irresponsável que nunca foi responsabilizado.
Ainda não era mãe mas por causa dele não pude ter as minhas filhas de forma natural e não poderei ter mais de 3 filhos pois ele além de 2 anos e 9 meses vida roubou-me sonhos.
Apenas 6 anos depois do acidente consegui conduzir um carro novamente e ainda hoje não consigo conduzir para longe ou em vias e autoestradas movimentadas :(
Fico feliz que se encontrem bem.
Custa-me tanto ver que este tipo de pessoas não é responsabilizada, não sofre qualquer tipo de punição. Ao ler estas situações dá-me um aperto no coração. Nunca tive nenhum acidente, nunca provoquei nenhum, e todos os dias que pego no carro tenho tanto medo dos inconsequentes que por aí andam. Saber que por mais cuidado que tenha, poderá sempre haver alguém que joga com a minha vida e com a dos restantes. Lamento imenso por tudo o que passou.
É por causa disso que eu não corro. Para não morrer atropelada.
Que comentário mais disparatado!!!!!
Cuidado anônima, pelo facto de andar não quer dizer que não possa acontecer, sabia ? ;)
Que bom que não se passou nada! Penso sempre no mal que pode acontecer mas tento desdramatizar, caso contrário qualquer dia nem podia sair de casa…
Hoje em dia temos de ter cada vez mais atenção aos outros…
Um susto Ana, não passou disso felizmente!!
Beijinhos