…não é mais “gorda querida”
…O post de hoje achei muito, muito importante partilhar, pois quase todos conhecemos crianças e bébes gordinhos.
Claro que não seria dramático, para já, continuar a chamar a C. pequenina de “gorda querida”, talvez, não, talvez sim, pelo sim pelo não é oficial, a C. pequenina apesar de ser uma forma carinhosa, já não vai ser chamada de tal. Fui alertada por uma amiga do problema que isso poderia trazer á vida futura dela, tal como alerto todos os pais e amigos de quem tenha filhos mais gordinhos e mesmo que de uma forma querida lhes chama “gorda e gordo”.
Muitas vezes começa cedo esse hábito de cognominar os nosso filhos mais redondinhos, mas já pensaram o trauma que lhes podemos estar a causar?
Esta história é verídica e foi-me contada por uma amiga que tem uma filha que adora comida e tem umas formas mais redondinhas, mas principalmente por uma mãe, que vive angustiada e sempre com o coração apertado pelo drama que este tema é para a sua filha. A anorexia infantil existe e somos nós mães que temos de estar alerta.
Desde pequena a filha teve bochechas grandes e foi redondinha…ainda hoje é!
Toda a gente lhe apertava as bochechas e dizia:” Tão gira…é tão gordinha…tem umas bochechas que só apetece apertar…”
E ela cresceu a odiar as pessoas que se chegavam perto dela,a odiar a bochechas e a odiar ser “gordinha”.
Com 4 ou 5 anos já tinha conversas com a mãe sobre não gostar dela porque era gorda,e querer fazer dietas. Na praia não se queria despir, nem queria mostrar a barriga.
Um dia no infantário chamaram a mãe porque ela não queria ir á casa de banho, e sabem porquê? Porque tinha espelhos e ela não gostava de se ver no espelho por se achar gorda!!!!
A mãe ficou em pânico como devem imaginar.
Não imaginam o drama de mães com filhas anorécticas desde os 3 anos, que vomitam a comida, a escondem e dão ao cão, um pesadelo e uma constante preocupação para os pais.
Desde essa altura que esta minha amiga tem longas conversas com a filha sobre a sua auto-estima e por isso muito cuidado com tudo o que dizemos…
Por enquanto tem conseguido controlar, mas luta todos os dias para que ela não pense nisso mas a verdade é que aquilo que as pessoas lhe chamavam por ser um termo querido…marcou-a e muito!!!!
E porque achei um tema mesmo muito importante para Todos, convidei a Duchess do blogue 4D (vejam aqui, é um blogue que adoro, que já falei aqui algumas vezes e que várias pessoas me têm dito gostar muito também). A S. (Duchess) é psicóloga clínica, terapeuta familiar, com especialização em educação parental e por isso quando lhe perguntei se gostava de me dar uma opinião sobre este tema, foi logo pensar e escrever sobre isto. Adorei este post por isto também, porque é uma pessoa que admiro e que um dia sei me vai dar o seu autógrafo no livro que ainda vai escrever. Obrigada S. espero poder ter mais vezes a tua participação no meu blogue.
Vejam o que pensa a S. sobre esta asunto tão delicado.
“As palavras que nunca te direi
Cada caso é um caso, é o que costumo dizer, é como costumo começar.
Mas, por outro lado, também é preciso fazer generalizações, procurar padrões. De outra maneira, dificilmente conseguiremos caminhar.
Uma amiga muito querida, chamava-me “minha gorda” quando eu era pequenina. E eu achava engraçado (e estranho), porque era muito magrinha, com muita pena da minha mãe. Mas se ela me chamasse “minha magricela” será que eu ia gostar? Acho que não!
Também, de vez em quando, dava-me vontade de chamar gordinhos aos meus lingrinhas, talvez exactamente porque, achando que isso não correspondia ao perfil deles, não fazia mal, já que eles não se reviam naquela palavra. Agora, à distância, eu pergunto: também não poderá ser sentido por eles como uma crítica ou uma provocação?
Realmente dá que pensar. Mais do que ser ou não ser gordinha, o importante é como a criança se vê e o significado que dá ao que vê, ao que a rodeia, ao que sente. E de onde vêm os significados que as crianças dão à sua realidade? Da sociedade, claro está. Isto no geral. No particular, de um microcosmos muito especial: a família.
E uma criança nem sempre compreende que uma mãe ou um pai ou uma avó ou uma tia (ou a educadora na escolinha) lhe chame gorda ou gordinha porque é um termo carinhoso como são ‘criduxo’, ou amor ou docinho ou…
Gordo é apenas uma palavra, mas carregada de significado. Assim como todas as outras palavras não são apenas palavras destituídas de carga afectiva.
E se uma criança começa a ver-se de forma errada porque os adultos significativos da sua vida lhe colocam um rótulo errado?
Claro que mesmo assim é diferente quando o dizemos com carinho, quando os gestos coincidentes acompanham, quando o amor paira no ar. Mas mesmo assim talvez não seja muito boa ideia. Pior ainda se o fazemos com ar de crítica, mais ou menos clara e consciente, mais ou menos encapotada.
Sem nos darmos conta estamos a enviar mensagens contraditórias aos nossos filhos: não és gordo, mas eu chamo-te gordinho. Ou então, “ és gordinho sim e eu até te estou a ensinar a comer de forma saudável, a mostrar-te que temos que viver com algumas restrições…mas mesmo assim chamo-te gordinho”. Estranho, não? Isto para a criança pode ser ambíguo e difícil de compreender.
Numa postura de educar para a positividade e para as competências, talvez o melhor seja, de facto, evitar todas as palavras com carga negativa, mesmo que ditas com a melhor das intenções. Como diria de Shazer, as palavras são mágicas e a forma como as pessoas se descrevem a si próprias e aos outros é fundamental. Então devemos libertar-nos e ajudar os nossos filhos a libertarem-se da linguagem-problema e passarem para a linguagem-solução.
Não existe nada fora da linguagem e esta tem sem dúvida um tremendo poder de sugestão. O que se fala e como se fala faz a diferença, toda a diferença. Não nos podemos esquecer disso. Dá trabalho? Claro que dá, mas as relações dão trabalho. Apenas isso.
Devemos pois trabalhar a auto-estima dos nossos filhos desde a mais tenra idade. E se entendemos a auto-estima como o respeito por si próprios, então nós, pais/educadores, estamos desde cedo a ensinar os nossos filhos a terem respeito por si próprios e, em sequência, também pelos outros. E este respeito ajudará a que façam escolhas saudáveis ao longo da vida.
Para que haja auto-estima tem de haver um apoio incondicional por parte das pessoas significativas da sua vida, dos adultos importantes aos quais a criança está vinculada. Ela deve saber, tem de saber que é valorizada e amada. Só uma criança que se sente amada e valorizada será capaz de lidar com a vida. E só assim desenvolverá auto-estima e respeito pelos outros. Uma verdadeira pescadinha de rabo na boca!”
Muito obrigada S. tenho a certeza que todos vão gostar.
Muito obrigada C. por me teres alertado para este tema.
Por esta história e por tantas outras semelhantes desde a semana passada deixámos de chamar “gorda querida” á C. pequenina.
ps -… as roupas, presente da DOT ficaram a matar nas Cs. giras, giras, giras…
pss – … querida P. aqui fica uma foto dos chapeus da Verde Menta, minha aposta para a C. este Verão, juntamente com o de palha que já mostrei aqui várias vezes ( Massimo Dutti). Estes ficam o máximo adoro o ar coquette que lhe dá e existem em várias cores, fucsia que também adoro, encarnado, azul turquesa e azul escuro. Para já optei por branco que dá com tudo.
psss – …mais uma marca nova com coisas muito, muito giras, Maria Besnica, mais uma nome a decorar! Parabéns gostei muito das vossas roupas….
Boa semana!
Olá Ana.
Adorei o post mas, sobretudo, li-o com muita atenção. Beijinhos e obrigada!
Agora serei só a mãe de duas g….orgeous!
;)pois é como aqui em casa…um grande beijinho
ahahahahaha
Adorei a minha introdução!
Está combinado: quando escrever o tal livro, vais-me apresentar, ok?
Fiquei derretidíssima!
Obrigada pelo convite. Tenho muita dificuldade em dizer-te que não, porque te tenho muita estima e porque adoro o teu blog:):)
um beijinho grande e espero que gostem.
;) combinado…
Já estão a gostar :)) ainda a noite vai no início (e hoje é domingo) e já teve 800 visualizações (eu acho muito bom)
Um grande beijinho
Eu adorei! Tenho um gordinho e um magricelas cá em casa… A partir de hoje só tenho dois queridos!
cá em casa é o que temos agora também;)
um beijinho
:) Cá em casa era assim também…agora duas queridas ou g…orgeous, como diz a Sofia.
Beijinhos
Parabéns Ana por um tema tão importante hoje em dia…..
Adorei….
Obrigada por tudo…
:) um beijinho enormeeeeeeeee para a Tailandia
Ola! eu sou amiga da S. Gostei muito! até porque cá em casa tenho uma magricelas e uma gordinha!
que há muito luto contra o "ó gorda",ninguem diz "ó magra"
Odeio,que lhe chamem isso!Desde muito bébé sempre foi assim porque realmente era muito gordinha!
Agora é cheiinha,mas não gorda.
Mas ainda luto para que não lhe chamem isso,incluindo o Pai que acha imensa piada e acha que não tem mal nenhum e que eu é que sou exagerada com essas coisas!
beijinhos e gostei muito do blog!
Olá Daniela, pois foi exactamente por isso que quando me alertaram achei interessanre escrever…e sim fiquei muito contente com a participação da Duchess.
Um beijinho e fico muito contente que goste deste blog ;)
Parabéns pelo blog que tenho seguido e hoje não resisto em comentar. A minha C também era "redonda" quando era bebé, chamávamos-lhe Godinha Kika! Com 1 ano de idade fez "dieta" por recomendação da pediatra, muitas amigas acharam um disparate, mas o potencial de células gordas forma-se até aos 2 anos, quando toda gente acha as bochechas e os refegos lindos, e são! Fazer dieta com 1 ano não significa passar fome, apenas sopas com pouca batata, nada de papas ao lanche (só em dias dee festa!!!!), mais fruta, iogurtes e resultou! Dos 3 para os 4 anos começou a esticar e hoje com 11 anos a chegar aos 12 é magra e elegante (mesmo!). Nunca é demais insistir na alimentação saudável (fundamental) mas também aceitar as formas do nosso corpo! Deixo a sugestão para um próximo blog sobre alimentação saudável, em particular os lanches que as crianças levam para a escola, muita bolacha de chocolate, com leite com chocolate, excesso de açucar e pouco nutritivo. Vamos lá relembrar o tradicional pão com manteiga/marmelada/fiambre, os iogurtes e deixar para "de vez em quando" os lanches gulosos! Fica a sugestão!
Olá Isabel, adorei a sugestão e agora qua a praia está a começar acho um post muito giro e interessante…vou já registar para não me esquecer!
Um beijinho e boa para a C.:)
Adorei o post achei muito interessante e acima de tudo importante a informação aqui dada, a minha bébé só tem 6 meses e eu costumo dizer minha gordita a partir de hoje não é mais gordita :)
bjinhos
Que bom, que bom saber que mais uma pessoa gosta do blog e que bom saber que seguiu uma dica:)
UM beijinho
Voltei só para dizer que esta mudança na linguagem não vai ser fácil. Eu própria deixo escapar. O importante é estarmos atentos e irmos diminuindo até extinguimos de todo as tais palavras-problema.
beijinhos
Uma coisa muito gira que está a acontecer lá em casa, A CArlota com 3 anos por nos ouvir chamar Gorda querida também chamava a irmã assim, e agora quando ainda me engano e chamo é ela que avisa,. mão não é gorda, é Conchinha querida!
Achei um amor e partilhei,porque ás vezes é dificil deixar logo de fazer o que estamos habituados:)
BJs a todas e obrigada por darem, as vossas opiniões!
Ups! A partir de hoje a minha M. não é mais Gôda! Tenho dito!
;) boa Joana, isso é que é decisão…
Um beijinho :)
E se nos preocupassemos em mudar essa conotação negativa que tem a palavra "gorda"? Porque ser gorda é uma ofensa na sociedade atual? Porque não se enquadra no padrão de beleza? Que tal ensinarmos aos nossos filhos a gostar e aceitar o próprio corpo sem ligar para esses padrões sociais que só nos impedem de estar bem com nos próprios e nos fazem querer chegar a uma "perfeição" na maioria das vezes impossível? O importante para mim é ter uma alimentação saudável que faça bem para o nosso corpo, e deixar todos esses estereótipos de beleza de lado. Ser gordo não é bom nem mau, assim como ser magro também não é bom nem mau. (E tem gordo saudável sim!)