Tempo delas
Quando chegam do colégio há sempre um tempo onde quem “manda” são as miúdas. O relógio pára e a mãe é delas. Tinha de ser, afinal é uma das coisas muito boas de não ter um trabalho fora, com horários a cumprir e poder estar com elas cedo em casa.
Já escrevi sobre isso uma vez, todas as mães ou pais deveriam ter estes momentos. Deveria ser um direito e uma obrigação, sair a horas decentes para poder acompanhar o crescimento deles, não apenas numas míseras horas por dia, não apenas aos fins de semana e não apenas em tempo de férias.
Como dar acompanhamento e estar atento a certos problemas deles, se a maioria mal consegue ver os filhos? É que mesmo esses são passados a correr e com pouco tempo de conversa, tal é o cansaço de uns e outros.
É por isto, e não só, que não tenho dúvidas que as crianças de hoje são crianças diferentes do que nós fomos. Tem coisas melhores, sim de certeza que sim, mas do que tenho visto tem muitas mais piores, infelizmente.
No nosso tempo havia mais tempo em família, mais tempo para as crianças e mais tempo de qualidade. No meu tempo os pais eram modelos a seguir, hoje em dia os modelos deles são as personagens da televisão :(
Que pena ninguém conseguir mudar isto!!!
♥
Eu percebo o que a Ana diz, mas acho que o “antigamente” também não era assim tão bom: no meu caso (e da minha irmã) os meus pais saiam de casa às 6:30h da manhã e chegavam às 6:30h na noite. Enquanto estivemos na primária ficávamos na ama, mas quando fomos para o 2º ciclo ficávamos sozinhas em casa.
Fantasiamos muito sobre “dantes é que era bom”, parece-me. Os meus pais cultivavam a nossa independência, iam às reuniões na escola e tentavam controlar as notas, os amigos e afins mas andávamos muito por nossa conta.
É claro que o restante tempo era em família, mas também porque não existiam tantas hipóteses de actividades extracurriculares e porque vivíamos num ambiente onde todos se conheciam e se ia brincar para a casa da vizinha de cima.
Acredito que devemos dedicar uns minutos por dia em exclusivo às crianças mas devemos acabar com esta culpabilização dos pais que chegam a casa tarde – porque na realidade estamos a trabalhar e se fosse possível criar uma família de outra forma (sustentável) aposto que tod@s o faríamos. Esta não é uma situação nova e com amor e um pouco de malabarismo tudo se resolve. ;)
Sara, olá atenção que não estou de todo a culpabilizar pais por trabalharem, não mesmo e muito menos querer fazê-los sentirem-se culpados. Muitas vezes esses pais acabam é por ter de sair mais tarde pela nova onda que existe de há uns anos para cá, que quem sai à hora é mau trabalhador e porque alguns cargos de chefia ficam para além da hora, todos têm de ficar :(
Na maior parte dos casos os pais não conseguem sair à hora que as aulas acabam, mas se pelo menos saíssem no horário que deviam, até acaba por não ser assim tão mau ;)
Bjs
O que eu queria dizer é que infelizmente nem em todas as famílias há a hipótese de um dos pais ter um horário flexível ou até mesmo de não trabalhar, e essa não é uma situação nova. Quem tem isso deve sentir-se privilegiado. E que sorte e inveja. Tudo de bom! :)
Não concordo de todo com esta distinção – enquanto filha não tive mais tempo com os meus pais do que a minha filha tem agora. Tal como os meus pais trabalharam a tempo inteiro toda a vida e tinham “pouco tempo” para os flhos, nós (eu e o meu marido) também o fazemos. A diferença é que hoje levamos os filhos de carro a todo o lado, ou as escolas fazem o transporte. No meu caso, aos 9 anos ía a pé para todo o lado sozinha, não havia pais para ir buscar nem transporte escolar. Eu via os meus pais de manhã e ao fim do dia, tal como hoje com a minha filha.
Mas no que se refere a tempo de qualidade com os pais, no meu caso, nada mudou. Pode ser menos do que desejamos, será sempre se trabalhamos fora a tempo inteiro, mas importa-me bem mais a qualidade do tempo que passo com a minha filha do que a quantidade – e não tenho qualquer dúvida de que ela sente exatamente o mesmo.
Concordo plenamente consigo Ana!!!
Ana, eu sinceramente acho um ótimo exemplo que damos às crianças mostrarmos o que é trabalhar. Mostrar que as coisas não caem do céu, são conquistadas. Só assim dão valor, e vão se tornar adultos muito mais responsáveis. Eu trabalho, mas ainda que não precisasse, fá-lo-ia.
Olá Ana,
não costumo comentarm nas aqui vai:)
Eu não concordo com o que diz, porque antigamente, na minha geração (casa dos 30) no geral já não se tinha muitos filhos, mas os mais velhos tomavam conta dos mais novos, e como brincávamos bastante na rua, os pais não estavam tanto tempo com os filhos, como hoje em dia. Mesmo em casa brincávamos sozinhos ou entre irmãos, ou primos, se fosse o caso. No geral era raro o pai ou mãe que se sentava no chão a brincar com os filhos. Concordo com a Sara, há uma excessiva culpabilização dos pais, por nem sempre conseguem esse tempo de qualidade com os filhos, e contra mim falo. Antigamente e dependendo claro está da realidade em que se vive, os pais saiam de manhã e voltavam à noite e era-se criado por esses irmãos, ou primos mais velhos que mencionei acima. E mais digo, se conhecesse por exemplo a realidade de um bairro social, perceberia que aquilo que diz não faz parte nem um pouco da realidade de muita gente. Sair cedo do trabalho e estar tempo com os filhos, quando há mães/pais que têm que ter 2 trabalhos para sustentar a sua familia. Temos que olhar para uma realidade geral se nos focarmos exclusivamente naquilo que vai na nossa, acaba por haver um vazio. Percebo e aceito o seu ponto de vista, embora não concordando.
beijinhos
tudo de bom
Num bairro social aquilo é uma “maravilha”, ninguém trabalha, vão buscar os filhos à escola e só não passam o tempo todo com os filhos quando eles estão nas aulas e, nesse caso, várias são as vezes que estes faltam às aulas / chegam muito atrasados ou saiem mais cedo.
Mas os pais que querem trabalhar para ter uma vida decente, por norma trabalham bem mais e ficam muito mais stressados ao fim do dia para poderem brincar com os filhos.
Ana, compreendo o seu comentário mas não consigo concordar em pleno.
Acho que é saudável haver horários de trabalho para os pais, inclusive eles próprios têm os horários e rotina escolar. Onde vejo problema é na ocupação dos tempos livres… antigamente ou no nosso tempo, passávamos o tempo com os avós a aprender e a passear .. ou mesmo a brincar com os amiguinhos …
Hoje em dia, muitos pais ocupam os filhos com tecnologias desnecessarias que acabam por nunca conhecer as formas simples de lazer e próprios para cada idade… é supérflua a oferta em “desnecessidades”…
O que importa é nós como mães conseguirmos intensificar da melhor forma o tempo q temos com eles!
Sou mãe de duas lindas meninas… trabalho fora de casa e muitas x em casa…( fora de horas!) e vou despedir me por isso mesmo…;)
Bj
A ana deixou de trabalhar para estar com as meninas?
Cada caso é um caso…eu faço parte do grupo das mães que trabalha com horários que se estendem até 18.30/19.00, mas tenho a certeza que quando estou com as minhas filhas, desfruto muito mais, tenho até mais paciência e sou mais presente que outras mães que por terem mais tempo para estarem com os filhos, não aproveitam ao máximo o tempo que passam com eles! quantidade não é sinónimos de qualidade. já no tempo dos nossos pais era assim!
Olá Ana parabéns pelo seu blog. Adoro!!!
Queria perguntar onde compra as toalhas de praia finas são giríssimas.
Obrigada. beijinhos
Concordo em absoluto consigo Ana. Trabalho, a minha Filha vai para a escola antes de eu ir trabalhar. Nunca a posso ir nunca leva la nem busca la. Não me culpabilizo porque não tenho opção, mas tenho pena. Acho que precisava de ter mais tempo para quando chegam a casa poderem desligar da escola. A minha não tem pelo menos o tempo que gostaria,mas faço questão que tenha pelo menos 15 minutos.
Tenho para mim que a vida que hoje em dia se leva – de deixar os filhos na escola às 8h da manhã para ir busca-los ao fim do dia – não contribui para o crescimento potencial (emocional e psicológico) de uma criança.
As crianças crescem em turmas de 30, com 2 educadoras. Isto não é Educar, no meu entender. Isto é desenrascar para mantê-las ocupadinhas enquanto os pais se matam a trabalhar para, muitas vezes, pagarem os colégios.
Eu deixei de trabalhar (na área da saúde) para ficar com os meus 2 filhos. A minha velha tem 4 anos e vai à escola 3 h por dia (nada mais….por nossa opção…. consideramos que é o suficiente para interagir socialmente), e os mais novo (2 anos) ainda está comigo o tempo todo. Ensinamentos e brincadeiras em exterior fazemos todos os dias na proporção de 1:1 que é bem melhor que 1:30. E crescem com o meu exemplo, e não de educadoras que mal conheço (e tenho o maior respeito pela profissão!).
Ainda no outro dia passei pela escola às 19:30h e vi bebés que ainda lá estavam à espera dos pais. 19:30h! Fiquei com vontade de chorar.
Não condeno os pais coitados que também têm que se sujeitar a isto. Culpo é este pais de m***** onde não há respeito nenhum pela Família. E quem sabe como vivem os países nórdicos, concordará com isto sem hesitar.
Também não posso concordar com este post. E não acredito que toda a gente gostasse de deixar de trabalhar para ser mãe a tempo inteiro. Eu nunca o faria (salvo alguma situação particularmente grave, que espero que nunca venha a acontecer) e tinha possibilidades para isso. Nasci e cresci numa família rica, em que desde cedo aprendi o valor do trabalho, desde cedo aprendi a não depender financeiramente de ninguém, e não me imaginaria a viver de outra forma. Curiosamente, a minha mãe deixou de trabalhar quando casou com o meu pai, por insistência dele, e sei muito bem o que isso lhe custou (embora ela nunca o tenha mostrado). Passei muito mais tempo com a minha mãe do que com o meu pai em criança, já para não falar que ela era (e é) muito mais afectuosa do que o meu pai, que é uma pessoa mais “fria”. Independentemente disso, não tenho melhores memórias com um do que com o outro. No dia em que disse ao meu pai que me ia casar, a resposta dele foi “Nunca deixes que nenhum homem te faça o que eu fiz à tua mãe. Não te sintas obrigada a abdicar de nada para seres uma boa mãe”. Trabalho a tempo inteiro fora de casa e as minhas filhas não passam menos tempo por dia comigo do que eu passava com o meu pai. Talvez até tenha pouco tempo com elas durante a semana, mas (quase) todo esse tempo é de qualidade e o fim-de-semana é todo nosso. Sou muito feliz assim e não tenho dúvidas de que elas também.
E, para quem fala dos países nórdicos, espero que saibam que as situações não são comparáveis. Cresci entre Portugal e a Suécia, tenho dupla nacionalidade, e posso garantir que a mentalidade das pessoas é totalmente diferente. Os portugueses poderão ter horários como os dos nórdicos no dia em que forem igualmente produtivos, no dia em que olharem para o trabalho da mesma forma… porque acreditem que uma hora de trabalho de um trabalhador médio português, não corresponde a uma hora de trabalho de um sueco, nem anda lá perto. Por isso, não podemos querer os mesmos direitos. E isto nem sequer é uma crítica a Portugal, se vivo aqui é porque entre os 2 países escolhi este, mas quando os outros países nos classificam de preguiçosos, não estão muito longe da verdade.
Está a falar de que profissões, em concreto? Eu, por exp, trabalho por conta própria, ou seja, ao ritmo da “minha produtividade”, não é uma situação útil para comparar a produtividade de país para país. Mas diga-me se um pescador, empregado de mesa ou da têxtil, aí na Suécia, trabalha mais do que um aqui em Portugal. Talvez o seu comentário abranja apenas um pequeníssimo setor profissional .
Estou a falar da forma geral de encarar o trabalho, independentemente da profissão. Naturalmente estou mais familiarizada com certos tipos de trabalho (engenheiros, arquitectos, economistas,… em empresas), mas penso que a mentalidade não será muito diferente de uns sectores para os outros. Aliás, mesmo na escola sempre notei muita diferença na forma como os meus colegas em Portugal e na Suécia encaravam os estudos. Por exemplo, numa reunião para um trabalho de grupo em Portugal, faz-se tudo menos trabalhar até à última hora, na Suécia é exactamente o contrário, naquela hora trabalha-se ao máximo, no final, sim, vamos todos. No trabalho acontece o mesmo. Em Portugal fazem-se almoços mais alargados, mil pausas para café, muita conversa durante o horário de trabalho,… Na Suécia, o lazer e o trabalho estão muito mais separados, o que faz com que uma hora de trabalho renda muito mais. Não estou aqui a atacar ninguém, nem a discutir qual é o melhor método. Simplesmente, os horários de saída vão necessariamente ter de depender de tudo aquilo que se passa durante o horário de trabalho. Não podemos querer condições iguais quando a nossa forma de trabalhar é completamente diferente. Mas, atenção, não sou defensora de que toda a gente deve ficar a trabalhar depois da hora. Quem consegue fazer tudo aquilo que necessita dentro do horário de trabalho (e também existem essas pessoas em Portugal, embora em menor proporção) e, por isso, sai mais cedo, não é pior trabalhador do que quem fica lá até às tantas para fazer o mesmo, muito pelo contrário, apesar de aqui em Portugal muitas vezes não se fazer correctamente essa distinção.
E aproveito também para esclarecer que, apesar de dizer que não abdicaria do meu trabalho, não acho mal que outras pessoas o façam. São opções pessoais e ninguém se deve culpabilizar por fazer aquilo que acha que é melhor para si e para a sua família.
Respeito a 100% a sua opinião, como não poderia deixar de ser.
A minha é a de que seria desejável haver horários mais compatíveis com as funções de pai e mãe, sem dúvida, mas no meu caso adoro poder ter o meu trabalho fora de casa (e com o meu dinheiro e respetiva gestão). Na minha experiência, e segundo a da maioria dos meus amigos, os nossos pais no tinham mais tempo para nós. No meu caso então não havia mesmo tempo. Brinquei tanto mas tanto ou sozinha em casa ou na rua com amigos. Se bem que tenha sido um pouco demais, autonomia e a liberdade trouxeram-me coisas fantásticas.
Se pudesse, escolheria entre essa liberdade e sensação de segurança de
Lamento, mas o meu telefone está louco e faz desaparecer o teclado, carregando sem querer em “responder”.
Dizia eu que “se pudesse, escolheria entre essa sensação de liberdade e autonomia e a presença e interesse de hoje”. Mas não escolheria a obsessão dos “pais perfeitos” de hoje. Isso não.
Eu sou mãe trabalhadora (sempre fui) e aos 42 anos e com eles já crescidos consegui um trabalho em que consigo equilibrar melhor a minha vida profissional e pessoal e passar mais tempo de qualidade com eles. De qualquer forma, de uma coisa eu tenho a certeza: os meus dois filhos admiram-me pela profissional que sou, pelos meus sucessos e os do pai e gostavam de ser como nós. Se algum dos meus filhos se inspirasse em modelos da televisão era sinal que eu tinha feito o meu trabalho muito, muito mal feito. E por muito que por vezes tenha tido pouco tempo para eles, tenha tido de viajar quando algum estava doente, ou tenha tido de faltar a alguma festa ou reunião da escola, ambos sabem que o fiz para o bem deles e da nossa família. Bjinhs
Eu faço parte do clube de mães que se sentia esmagada por estar com as minhas filhas 1h30 todas as noites, tendo a sorte de usufruir desse tempo exclusivamente para as ajudar com jantar, brincar e deitar.
Batalhei profissionalmente para entrar mais cedo (8h) e sair mais cedo (16h) e ter mais tempo para elas. Não foi bem aceite no início mas eu continuo a ser profissional, passar essa imagem para as minhas filhas e ao mesmo tempo, sentir-me mais presente é melhor mae. Não tenho dúvidas que foi o melhor que fiz por mim enquanto mae e por elas enquanto filhas.
Uma vez, No primeiro dia útil apoia a mudança Da hora, a minha filha mais velha ao ver-me entrar em casa disse-me “jááá….!?! Não trabalhaste mamã, Ainda é de dia…só chegas de noite…!”
Sim….todos os pais deviam poder nem que fosse 1 vez por semana ir buscar os filhos a escola e viver à tarde sem horários, sem stress dos banhos e da hora de deitar….
Percebo a mensagem da Ana, eu vivia com vontade de ser boa profissional e ouvir relatos em 1 mao do que aconteceu na escola, de brincar sem olhar para relógio, de ir ao parque….Agora consigo! Recomendo!
O horário da minha mãe (do qual tenho lembranças até aos meus 21. anos) foi o de 7:30-15:30h era excelente! Nós verões aproveitavamos imenso, íamos todos os dias à praia, podíamos convidar sempre amigas para virem jantar, dávamos caminhadas, fazíamos piqueniques, belos tempos.
Agora já tenho 21 e a minha irmã 16 em abril. Como a nossa casa tem piscina no verão vamos aproveita lá às duas e provavelmente iremos intercalar com a das nossas vizinhas, mas nessa altura do verão provavelmente a minha mãe irá sair mais cedo do trabalho do que agr (18:30).
Como eu estudo fora de casa e os nossos avós vivem relativamente perto, quem leva a minha irmã à escola é o meu pai e para ela almoçar o meu avô vai buscá lá, a avó faz o almoço e depois o avô vai levá-la a nossa casa ou à escola dependendo dos dias. E normalmente ele faz questão de ir buscar a minha irmã ao instituto mesmo quando os meus pais já estão em casa porque gosta de ser ele a fazer isso. No ballet é a mesma coisa, é ele sempre que vai buscar e levar e trata de todas as coisas do ballet e despesas inerentes da minha irmã.
Sei que somos muito sortudas porque somos as únicas netas do lado do meu pai que é filho único.
Mas sei bem que muitas crianças passam horas e horas na escola e até dói o coração de as ver a dormir ao fim do dia porque sei que muitas estão lá das 7 às 19h. Nunca andamos em atl nem nada disso. Tínhamos os avós.
Concordo, é um privilégio acompanharmos os nossos filhos e quanto mais horas melhor. Trabalhar para muitos não é opção, mas valorizar o tempo passado com os filhos é fundamental. Há efetivamente valores que temos que lhes transmitir, mas a distância não lhes dá abraços quando precisam. Muitas vezes trabalhamos muito pelos nossos objetivos e ambições, enquanto pais, e não pelos nossos filhos… eu tento não falhar com a minha filha, estar disponível e presente, mas muitas vezes a gestão não é nada fácil!!! Mas trocaria tudo por ela, já os meus pais, que tb me adoram, dizem que perderam MT tempo a pensar em casas, carros, mealheiros e bens materiais. Opções…
Ana,
concordo em pleno consigo quando fala da falta de tempo que temos hoje em dia. E sim, agora é moda trabalhar até mais tarde, ficar para além da hora, quem não fica é culpabilizado… Eu adorava poder sair do trabalho a uma hora decente, 18 já não era mau, ainda assim é muito tarde, para quem chega a casa e ainda tem de fazer o trabalho de casa. sobra 1 hora para estar com a minha pequena e estou estourada e muitas vezes sem a paciência necessária que ela merece…. enfim, são os tempos de agora. Beijinho
No meu trabalho, há uma hora para entrar e outra para sair. Diria que 90% de nós não respeita uma e outra. Se sair à hora, mesmo que tenha sido organizada, há sempre olhares estranhos e quem aponte para o relógio. A culpa judaico-cristã com que se fica é inenarrável.
Um exemplo concreto: uma colega minha – nem é da minha equipa mas viva o ambiente open space – está com horário reduzido porque teve um bebé há poucos meses. Nunca, mas nunca sai à hora que deve e começa logo porque as chefias não respeitam isto e marcam reuniões fora desse horário. Se o negócio está em primeiro lugar, em detrimento da vida familiar, como podemos dizer que uma pessoa assim está motivada? Não está! Não está porque vive todos os dias a dicotomia de ver os filhos crescer Vs. almejar por uma carreira.
Não tenho filhos ainda, também por isto, porque há que garantir que a minha posição na empresa não sai maculada, mas aflige-me imenso que no futuro tenha de ir buscar os meus filhos ao depósito escolar pelas 19:00, contar com trânsito e stress, e ainda dar banhos, tratar do jantar e preparar o dia seguinte. Que tempo fica para brincar, para dar atenção, para identificar eventuais problemas? Quase zero.
Percebo este post e embora também perceba os comentários em contrário, não acho justo comparar com a realidade de há 30 anos.