Amor em palavras…
As palavras para descrever o amor que temos pelos nossos filhos são tantas, e tão difíceis de quantificar o tamanho desse amor, que é infinito, que custam a sair. Eu falo por mim, que já dei muitas vezes a tentar escrever uma carta para cada uma. Eu lancei um desafio a mim mesma. Vou escrever três cartas, uma para cada uma delas. Todos os anos, todos os meses e todos os dias, sempre que me apetecer, acrescento o que achar que deve ficar escrito e que quero que um dia leiam. Cada uma terá a sua, as suas palavras e todas diferentes, de certeza. Gostava que lessem no dia do casamento, pois chegar aos 18 anos foi bom, mas não tive a mesma sensação e o coração tão feliz como no dia que casei com o H. Esse dia sim, foi dos mais importantes, um dia que jamais irei esquecer. Nesse dia serei eu, ou se já cá não estiver, alguém que o fará por mim, mas elas irão receber em palavras o amor que vou acumulando durante todos estes anos.
Esta é a carta da Margarida Rebelo Pinto para o seu filho Lourenço, uma das cartas mais bonitas que li até hoje e que me serviu de inspiração, leiam que vão gostar…
numa nova e particular existência abençoada pelo teu sorriso iluminado a azul
quando atravessas o recreio e vens directo a mim como uma seta ensinada pelo
coração. Às vezes demoro-me a distinguir-te no meio das outras crianças, mas o
teu corpo alto e a tua cabeça redonda como uma bola perfeita destacam-se por
entre os bibes azuis e logo te encontro, os joelhos esfolados e as mãos
encardidas, a cara ofegante e esse sorriso que só se tem aos 5 anos, ou muito
de vez em quando, quando o amor transforma a paixão numa doce existência a
dois.
serão uma e a mesma coisa? – doce e bonito, metade anjo metade príncipe, com o
olhar celestial dos meninos bem comportados. Se calhar foi por isso que quando
os enjoos matinais me decifraram o futuro, percebi logo que ias ser um rapaz e
desatei a comprar jardineiras e ténis azuis, adivinhando sem saber o teu sexo e
cor dos olhos que me guia para casa, todos os dias ao fim da tarde pela estrada
fora. Juntos cantamos músicas da Disney, tu gostas do Rei Leão e eu da Bela e o
Monstro, ambos concordamos que a Mulan foi uma menina muito corajosa e que a
Esmeralda até era boa rapariga e eu explico-te a metáfora do Corcunda de Notre
Dame para que aprendas a ver a beleza em todas as pessoas. Há dias em que quase
não falamos, eu vou a pensar na vida e tu no Game Boy que te espera em casa,
outras vezes explico-te porque é que vim mais cedo ou mais tarde e tu percebes
tudo porque és meu filho e gostas de mim.
mole, gosto de ouvir a tua voz de menino a dizer-me A Mãe sabe que eu gosto muito da
tempo que semicerras os olhos e mais uma vez o teu sorriso ilumina o mundo.
uma pessoa avulso, tinha muitas ideias mas pouca força, alguns sonhos e muitos
disparates na cabeça, sensatez e ponderação era palavras complicadas e opacas
cujo significado não me apetecia ir ver ao dicionário. Depois tu chegaste, um
bocadinho de gente num choro mimado e foi assim que começou a maior aventura da
minha vida.
contigo e zango-me se trocas os talheres à mesa ou dizes asneiras, mas é à
noite quando te adormeço na penumbra do teu quarto forrado a sonhos e ursos
simpáticos, que
seguro. Fecho os olhos para te ver melhor, qualquer dia tens 18 anos e uma
colecção de namoradas giras e simpáticas com quem vais comer gelados e trocar
discos, mas quando fores pai, ou crescido, ou te formares, ou aceitares o teu
primeiro emprego, vou-me sempre lembrar do bocadinho de gente que eras, do
choro mimado antes de te pôr ao peito, dos joelhos esfolados e da tua voz aos 5
anos a dizer a Mãe sabe que eu gosto
muito da Mãe?
ti que o meu coração é como o universo, está sempre a crescer e nem eu nem ninguém
sabe onde vai parar. “
ps – Christmas we love you, um amor comum a mim, à A. e à O. que me convidaram para a mesa mais gira de Natal. Esta não foi uma mesa qualquer, foi a mesa que fiz a pensar numa das épocas do ano que mais gosto e feita a pensar nas Cs. Tinha de ser divertida, tinha de ser clássica e tinha de ter as cores que gosto de decorar a casa, para a festa do nascimento do menino Jesus. As fotos da Mafalda ficaram o máximo, a mesa ficou TOP (eu sei que não sou modesta, mas com todas as coisas giras que trouxe da loja do Gavetão, que adoro, só podia ficar assim, gira, gira, gira…), e o vestido para esta produção, da Helena Saldanha design deu aquele toque final que não podia faltar. Adorei TUDO e mais uma vez obrigada Save the dates, pelo convite. Vejam tudo sobre os meus costumes de Natal aqui…
A mesa de Natal está lindíssima Ana, que jeito que tem!
Joana
Adorei a ideia da carta… :)